PAULO AFONSO – Acuada pelo Ministério Público Federal, que investiga supostas irregularidades em compras de respiradores, a prefeitura concluiu na semana passada a 1ª sindicância feita para inglês ver, como se diz.
Diante de uma cadeia de elementos que compõe um processo de compra na Secretaria de Saúde, apenas uma servidora do setor financeiro teve afastamento por 60 dias.
As perguntas saltam aos olhos: a servidora em questão decidiu tudo sozinha?, com um gasto milionário em bancas de assessoria técnica, nenhum advogado da prefeitura percebeu vestígios de irregularidades?, mais: o secretário de Saúde à época, vendo o volume dessas compras, a procedência etc., não deu quaisquer opiniões?, resta saber: o prefeito assina tudo o que lhe trazem sem qualquer questionamento?
Evidentemente que essas sindicâncias quer sejam para investigar funcionários e/ ou empresas que supostamente infringiram a lei, não vão jogar raios de luz sobre essa treva. O único instrumento capaz de fazê-lo, resta claro, é uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Nela, as empresas, toda a documentação que envolveu/envolve compras no período da pandemia, que ainda está em curso, secretários de Saúde, sim porque no curso da pandemia foram três – além de todos os envolvidos no processo de compra na pasta -, serão ouvidos.
Naturalmente, terão a chance de provar que fizeram tudo dentro da lei.
Estão em investigação na prefeitura duas sindicâncias, uma que apura possível superfaturamento em processo de compras; e a outra que analisa possíveis irregularidades no pagamento de horas extras e sobrepeço para uma empresa. Em miúdos, as duas sindicâncias investigam a atuação dessas empresas e a participação de funcionários em supostas ilicitudes.
Com o que se viu da primeira, não se espera que essas resultem em coisa melhor. Em outras palavras: que pesque peixes grandes.
