O carnaval movimenta boa parte da economia do turismo no País. Estava completamente negligenciado em Paulo Afonso – cidade conhecida como “turística” havia décadas. Até que no ano passado, o secretário de Cultura e Esportes, Jânio Soares (há décadas também no cargo), resolveu ressuscitá-lo.
Jânio foi obrigado a ceder, pois há muitos anos a Copa Vela – evento principal do município, fugiu de características momescas; e sempre foi esta a desculpa para não ter o carnaval: “O carnaval daqui é a Copa Vela”, o evento, diga-se, serve apenas para enriquecer algumas pessoas e suscitar em adversários políticos a suspeita de fraudes em contratos selados pela prefeitura. Vale lembrar: convidado a dar esclarecimentos na Câmara Municipal sobre os gastos do evento do ano passado, Jânio simplesmente ignorou.
O carnaval de Paulo Afonso
Como o carnaval é inerente ao brasileiro, festivo, brincalhão e fanfarreiro, a turma dos bloquinhos não deixou que o povo de Paulo Afonso esquecesse que vive no País do carnaval. Saiu e resistiu. Se organizou e cresceu.
Jânio, por seu turno, incorporou a estes blocos organização e estrutura, e assim formou o novo carnaval pauloafonsino: tradicional, diurno, versátil e para famílias. Cumpre dizer também que barato e rentável.
A cidade ganha aspectos de carnaval, mais e melhor do que em 2018. Quase duas décadas depois o secretário entendeu o que o povo tenta dizer.
A esperança é que, sem que precise demorar tanto tempo assim, Jânio Soares compreenda também a linguagem do pessoal do esporte que tenta resgatá-lo do fundo do poço, há anos sem sucesso.