PAULO AFONSO– O Programa de Governo Participativo elaborado pela coordenação da pré-campanha do prefeiturável Mário Galinho (PSD), tem um problema bom para administrar: a fúria da sociedade contra a prefeitura. Problema porque o momento do PGP – de olho no calendário eleitoral – impõe limites quanto ao assunto abordado.
Em tese, o PGP com sua abrangência possibilita à sociedade pauloafonsina ter participação nas decisões do possível futuro governo, a partir da impressão das digitais do povo que ali se faz presente, como ocorreu hoje no povoado Juá – área rural.
Galinho, munido de advogados e de uma grande rede de apoio, estabeleceu a palavras-chave: “escuta” e “anota”. Contudo, na primeira metade do PGP, foi preciso parar a conversa e explicar o teor da reunião.
“Nós vamos ter o momento propício para falarmos sobre o que pretendemos fazer, agora estamos aqui para ouvir e anotar suas reivindicações; não é comício, não é, ainda, momento político”, disse para conter a irritação de alguns moradores contra o governo municipal.
No Juá as reivindicações foram para melhores condições das estradas; um sistema de saúde que ao menos entregue os exames em tempo hábil, e, principalmente, as pessoas cobraram por melhorias urgentes na educação.
O PGP começou por volta das 18h e terminou se aproximando das 20h porque as mulheres resolveram falar, se sentiram à vontade para reivindicar mudanças na forma de conduzir o governo.
As queixas contra a prefeitura foram de problemas estruturais até a falta de atenção em demandas simples do cotidiano. “Sempre que vim participar de PGP o povo nunca se animou a vir, eram apenas os funcionários da prefeitura”, observou um vereador ao Painel.
Os pré-candidatos a vereador apresentes à conversa no Juá, comentavam entre si como será difícil a vida do governo quando precisar encarar as ruas. “Duvido que consigam reverter essa situação aqui, o povo está irado e sabe hoje o valor que vai ter o voto”, comentou um dos presentes a mim.
“Nós depositamos todas as nossas esperanças em você, então nós não podemos nos frustrar mais uma vez, será muito triste, então como você é um cara que se apresentou como alguém disposto a fazer pelos mais necessitados”, observou um morador do povoado que pediu a palavra.
E assim, com respeito e acolhimento, a plenária seguiu numa noite em que até a chuva apareceu, mas apenas serviu para aproximar todos que estavam ao redor sobre os toldos.
“Tudo foi anotado e será sistematizado para integrar o futuro plano de governo, muito das coisas que vocês dependem só de gestão, baste que funciona, que tenha pessoas dispostas a trabalhar”, resumiu Galinho.
O PGP termina com uma infinidade de fotos com moradores e políticos presentes.