GLÓRIA– Quando uma mulher nasce no leito do rio, já tem em si toda consciência ecológica necessária para ter com seu habitat uma relação de proteção e afeto. A Associação AEC Repensar, por meio do projeto Vozes do Território, iniciou na última segunda (26/fev), no povoado Sítio da Lagoa, uma produção audiovisual na qual registra o canto ancestral dessas ribeirinhas que perpassa gerações.
A direção de “Mulheres Ribeirinhas do canto marginal à independência” é da diretora geral da AEC Repensar, professora Daiane Braz e da doutora Marcela P. Silva. A produção registra o cotidiano de mulheres que estão na linha de frente dos cuidados e da subsistência, desde a metade do século 20 até os dias de hoje.
“Nós registramos nessa produção a importância cultural da vida ribeirinha, com foco nas mulheres, e destacamos entre outras narrativas, a interatividade que vai passando de geração em geração, sendo o canto uma união entre o passado e o presentes, nele estão todas as fazes da vida: o velho, o jovem e a criança”, explicou Daiane.
A música entoada pelas ribeirinhas, nos seus afazeres ou momentos de lazer, detalha elementos da paisagem, bem como avança nos versos pelas questões políticas e afetivas do universo da mulher. O Rio São Francisco é chamado de Opará, canto que faz referência e questionamento sobre as conquistas femininas.
“Mulheres Ribeirinhas do canto marginal à independência” é fomentado pelo Programa Funarte de apoio à ações continuadas 2023. Tem, entre outras virtudes, o de dar visibilidade às diferentes formas de a mulher existir no mundo, em realidades simples e até marginais, porém com toda originalidade.
Por ASCOM/ AEC Repensar.