PAULO AFONSO– O Hospital Nair Alves de Souza, referência regional, funcionará apenas com maternidade e pediatria. Prefeitos da região souberam por acaso da decisão do prefeito Mário Galinho (PSD), e já foram questionar o governador Jerônimo (PT) sobre o seu endosso para a decisão. A questão segue aberta.
O plano do governo municipal era levar os demais atendimentos a uma unidade privada. A oposição se mexeu nos bastidores e acusou (sempre) de forma abafada, que se tratava de “devoluções de favores de campanha”; os opositores seguem acovardados sem abrir a boca, coma exceção do ex-vereador Marconi Daniel (PT).
O plano malogrou. Nesse exato momento, a única saída para quem sofrer um acaso é o Hospital Regional (BTN). Unidade hospitalar que tem apenas o nome sugestivo, mas funciona aquém da necessidade regional. Muito aquém, frise-se.
Marconi foi derrotado nas urnas pela conjuntura muito desfavorável, mas em termos de saúde pública, impressiona com sua capacidade de articulação e resolução. O telefone do ex-vereador não para. São cidadãos que, em vez de recorrer à prefeitura, sentem mais confiança nele, é impressionante.
Médicos, enfermeiros, profissionais de saúde de diversas áreas ligam para Marconi Daniel. “Eu não vou parar nenhum dia. São 12 anos nessa vida levando e trazendo as pessoas e resolvendo para um e para outro, não olho se é meu eleitor, eu já precisei muito e sei o quanto uma ajuda como essa é a única saída para muitas famílias”, comentou ele, num tom de desabafo, a esta jornalista.
Usei de franqueza: “talvez o prefeito tenha razão em fechar o Nair, o que você faria?
“Jamais fecharia.” Respondeu taxativamente e acrescentou: “Juazeiro ganhou uma reforma no Hospital Regional ampla, sabe por quê?, porque recebe a nossa demanda. O governo municipal tem o gráfico e justifica os gastos, enquanto nós estamos parados no tempo, sem apresentar a nossa real demanda, por falta de habilidade administrativa. Tanto do outro governo, e muito pior agora.
De fato, ter passado por cima e assumido o Nair com fins eleitoreiros foi um crime contra a população. Estou tranquilo porque sempre denunciei, veja a situação periclitante de agora, mas não é o fim. Como gestor eu pegaria todos os contratos e passaria um pente fino, pegando o essencial, tirando os excessos. Faria um acordo com a classe médica, e colocaria nossos dados para o governo do estado, como forma de trazer mais recursos – enquanto o Hospital Federal não está pronto. Nunca, sob nenhuma hipótese, eu fecharia o Hospital Nair Alves de Souza. Anote: pessoas vão morrer, infelizmente.