PAULO AFONSO– É dia de feira e, como de costume, o trânsito no Perpétuo Socorro estava infernal. Junte-se ao tráfego congestionado de todos os sábados centenas de veículos extras e milhares de pessoas, dançando, cantando e – um barulho ensurdecedor das cornetas – com bandeiras à espera dos políticos reunidos em torno da coligação ‘Paulo Afonso Reconstruída e Feliz’, do candidato a prefeito Mário Galinho (PSD) e da qual fazem parte mais três legendas: Avante/Cidadania, Solidariedade e PSDB.
Da capital vieram além dos pessedistas, senador Otto Alencar, deputado federal Otto Filho e o presidente da Alba, Adolfo Menezes, um velho amigo do Galo, recém-conciliado, o deputado estadual Luciano Araújo (Solidariedade).
O ato político contagiou as mais de 3 mil pessoas reunidas no Leo’s Clube vindas deliberadamente, motivadas pela crescente onda da ‘reconstrução’, a palavra-chave da campanha de Galinho, com sua verve jovem, para cima e lancinante. Político experiente como o vereador Pedro Macário (PSDB) confirmado vice de Galinho, chorou copiosamente.
Otto Alencar desejou melhoras ao prefeito licenciado Luiz de Deus e afirmou que a partir de janeiro terá muito o que contribuir. “Contem comigo porque nós iremos reescrever uma nova página para esse município, não podemos esquecer a fortuna que entra nesse município, 500 milhões por ano e se encontra nessa situação lamentável, conte comigo e vamos à vitória se Deus permitir”, discursou.
De acordo com o que assegurou Otto Filho, o projeto Xingó, orçado inicialmente em 250 milhões de reais, precisará passar pela comissão de Orçamento “porque não foi orçado anteriormente” como preconiza a lei, porém, o presidente da pasta é aliado deles [senador Angelo Coronel (PSD)]“e nós tratamos o assunto em Brasília como prioridade.”
Envolto na bandeira do município, emocionado e chorando, Galinho disse que não se trata de heroísmo. “Vamos! Paulo Afonso precisa ser reconstruída por vocês! Então cada um de vocês que me acompanha desde sempre, lute, lute, mas não por mim, lute pela cidade, lute pela sua família que chegou aqui primeiro, homens e mulheres cassacos, que fizeram essa cidade crescer, se desenvolver e gerar riqueza para o país e não merece mais passar o sofrimento que está passando. Vamos! Não é projeto meu, é de Paulo Afonso que vai trazer dignidade ao povo que sofre diariamente por falta de saúde pública, que mendiga emprego no comércio, que não tem perspectiva nenhuma de desenvolvimento. Vocês acreditaram no processo de reconstrução, vocês acreditaram sim que é possível montar um time de respeito, honesto e que será capaz de entregar serviço público de qualidade”, discursou Mario Galinho sem voz.
O candidato finalizou sua participação olhando a multidão em êxtase e avisou: “Chegou a vez do cassaco!”
O termo refere-se aos trabalhadores pobres pioneiros que eram separados pelo muro, onde, do outro lado estavam os chesfianos.
Curiosamente, é na Chesf que moram numa mesma quadra, todos os ex-prefeitos de Paulo Afonso.
Fotos: ASCOM/MG.
