PAULO AFONSO – O município de Paulo Afonso é realmente sui generis. Não paga apenas o maior salário de prefeito do Brasil, paga dois, sendo que um deles, até o presente momento, é para a função única de fiscal de obras, que é, dia após dia, o que o prefeito interino Marcondes Francisco (PSD) faz, como se não existisse na prefeitura um funcionário capaz de tal serviço.
Cercado por marqueteiros que antes, estavam à sombra de Luiz Humberto, genro do prefeito – enquanto este era o braço direito de Luiz de Deus – a ideia é passar para a população que Marcondes é trabalhador, que está em cima do lance e que vai, dentro em pouco abrir uma “nova era administrativa”.
Sejamos claros: Marcondes não vai fazer absolutamente nada enquanto Luiz de Deus, dia e noite, falar em voltar para terminar seu mandato. “Ele [Luiz de Deus] está preocupado com o final do mandato, só fala nisso e nós o acalmamos”, disse ao Painel, um familiar do prefeito, sob sigilo.
Sem ação no campo político, sem coragem sequer de trocar a liderança de governo – coisa que ainda não fez – sem solução para pagar e/ou diminuir uma dívida milionária fornecedores e tendo o secretário Val Oliveira como o seu interlocutor junto ao governo do estado, o que equivale a não ter ninguém, segue Marcondes, de obra em obra, vendo o que anda e que não nunca ser concluído para, ao menos, passar o dia.
Enquanto isso, seu secretariado segue ameaçado, com receio da guilhotina, sem ouvir uma única palavra do chefe – nem eles e, para ser justa, nem a sociedade, porque o prefeito se não era, ficou mudo. São mais 100 dias de município travado, retraído economicamente e sem perspectiva de melhoras, não agora, talvez em 24, quando finalmente o povo for chamado para a sala principal: a urna.