PAULO AFONSO – O gatilho do rompimento do vereador Bero do Jardim Bahia (PSB) com o grupo do prefeito Luiz de Deus (PSD) foi a votação do empréstimo de 80 milhões de reais que a prefeitura fez junto à Caixa Econômica Federal em 2019.
O vereador marcou posição contrária e disse que não era possível votar a toque de caixa um projeto que endividava desse tamanho o município. O rompimento foi instantâneo.
Passados 3 anos, a situação, segundo Bero, é pior, porque a prefeitura terá que pegar os 50 milhões que ainda não foram gastos em obras, para pagar a primeira parcela de 30 milhões.
“Eu quero saber o que a sociedade vai fazer. O que essa Casa vai fazer?, porque eu me lembro muito bem de um discurso do prefeito de Colatina [Espírito Santo] Sérgio Menegelli, em que ele dizia: “Só existe coisa errada no Poder Executivo, para não falar, só existe ladrão se a Câmara for conivente”, comparou Bero.
O vereador sugeriu que o secretário de Infraestrutura, Francisco Alves, vá à Câmara explicar o que aconteceu que nem as obras foram concluídas e, agora, o recurso sumiu. “Ninguém vai nos enrolar não porque existe orçamento.”
“Pegar agora os 50 milhões para pagar os 30 em encargos e capital, o chamado juros sobre juros. É brincadeira!”, acrescentou Bero.
Em contrapartida, prossegue o vereador, “as classes trabalhadoras, como os agentes comunitários de Saúde ficam sem ter suas demandas atendidas; há dois anos teve o concurso, e nada de homologação, o prefeito foi para a rádio e nada, mas as contratações seguem com salários cada vez mais altos e pasmes senhores, para nem ir à prefeitura.”
Foto: ASCOM/CMPA