PAULO AFONSO – Era o comecinho de outubro, quando o Podemos comemorou a chegada de filiados do Avante à campanha de Anilton Bastos (Podemos). Teve até a singular cena de um candidato a vereador rasgando com ódio a publicidade de Luiz de Deus do fundo do carro, para voltar alguns dias depois. Quem nunca!
O fato é que o Avante, novo, mas pungente, teve trajetória eleitoral com muitos sobressaltos, superando a contestação judicial por questões de cota de gênero, porém, satisfatória, cheio de jovens e nomes testados.
Sobressaiu-se, entre tantos possíveis, Keko do Benone.
Ocorre que o Avante, em que pese ir bem na sua incipiente história, sofre pelo contexto político, mais precisamente, pela gestão de Luiz de Deus.
Colou num governo que não abriu ainda qualquer oportunidade para aliados, exceção feita apenas a políticos de mais 2 mil votos. Não é o caso em tela.
Eis que essa penúria já dá mostras de insustentabilidade.
Partidários cobram do vereador Keko que, como se diz no popular, chegue junto. “Você foi eleito com os nossos votos também. Como você recebe um bom salário, como você recebe a verba de gabinete, como você recebe assessoria, você ajudaria, você daria – meu ponto de vista- a cada um, os mais votados, 200 reais” diz um filiado que se candidatou.
O áudio da conversa entre filiados e o vereador Keko, ocorrida pelo Whatsapp, foi passado ao Painel, por um ex-candidato, na condição de sigilo.
O vereador Keko responde:
“… Eu peço a Deus que vocês cheguem lá como eu cheguei, aí depois alguém vai dizer a vocês a mesma coisa que dizem comigo hoje. Que vocês dizem que o salário é isso, é aquilo, e quando você chega lá vê que não é. Vocês vão ver que a gente tem que ajudar a tanta gente que não sobra nem pra o da feira da gente, e de ruim a gente não passa.”
De acordo com a fonte que revelou o clima pesado no partido, essa cobrança gerou desconforto e estado de “caos”.
“Há a recusa da Justiça Eleitoral de pelo menos cinco prestações de contas do Avante”, diz a fonte.
Tem suplente coçando as mãos.
