PAULO AFOSNO – Ontem, a Câmara Federal aprovou a MP 1031/202, que trata da privatização da Eletrobras.
O deputado Mário Júnior (Progressistas) votou contrário à emenda, ignorando a posição do partido que fechou questão sobre a Eletrobras ajudando a aprovar o projeto governista por 313 votos a 166.
Há pouco, em entrevista à Angiquinho FM, Mário Júnior explicou sua posição e as razões que, segundo ele, tornarão a vida do brasileiro, especialmente os pauloafonsinos mais difíceis.
“A privatização do sistema Eletrobras vai aumentar com certeza de 16 a 20% a conta de energia do cidadão; a relatoria do projeto que foi votada ontem não é boa, além do consequente aumento inclui usinas termoelétricas, de gás e outras coisas que prejudicam o sistema de energia do Brasil.”
O deputado disse que embora tenha muitas queixas da Chesf – que, consequentemente, uma vez que o projeto seja aprovado no senado, será privatizada-, ela tem um legado para Paulo Afonso inestimável e, por isso mesmo, jamais votaria contrário a isto:
“A Chesf foi a redenção do Nordeste e da Bahia, muitos dos nosso começaram a vida na Forquilha, e começaram com suas empresas como meu pai e minha mãe que foi chesfiana; a contribuição da Chesf é inegável. Eu fico triste que me batam à porta para votar num projeto desses como se eu não tivesse história, como se eu tivesse caído ali de paraquedas”, desabafou Mário.
Ainda de acordo com o deputado, a MP não encontrou obstáculos obtendo mais de 300 votos porque os deputados [a maioria deles] não têm ligação com uma hidrelétrica como ele. “Para a maioria ali era mais um projeto.”
Mudança de postura
Mário lembrou que continua com o mesmo pensamento do pai quando era deputado federal. “Meu pai sempre foi conhecido por ser contra a privatização da Chesf, então eu agora não vou simplesmente esquecer tudo isso, sabe?, sindicatos, trabalhadores, porque a privatização da Chesf é discutida há muitos anos, antes de mim.”
Mário, confrontando o Progressistas teve, agora, uma atitude diferente da que tomou em 2016 que quase lhe valeu o 2º mandato na Câmara Federal, pois, à medida que não se indispôs com a legenda, temendo inclusive expulsão, contrariou sua base eleitoral, quando se absteve na votação do impeachment de Dilma Rousseff e, na sequência, contra o afastamento do presidente Temer.
“Eu deixei claro que nesse mandato eu não aceitaria imposição, que lutaria com as minhas bandeiras, que iria defende-las e que não ficaria de joelhos para ninguém – primeiro que é uma questão de família-, então eu estou pronto para tudo. Vivo hoje um processo de amadurecimento e não me esqueço de onde eu venho, não posso ficar contra Paulo Afonso, em hipótese alguma.”
Em relação a fake espalhada por políticos de que ele teria votado a favor da privatização, o deputado disse que acionará seus advogados contra a mentira.