PAULO AFONSO – O vereador Marconi Daniel (Podemos) chamou atenção há pouco, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal, transmitida remotamente, para a seletividade do prefeito Luiz de Deus (PSD) que pôs na rua, ontem, mais de 124 aposentados, mantendo peixes grandes de altos salários e descendo a faca nos pequenos.
Segundo investigação do vereador, na lista divulgada pela prefeitura, as demissões só atingiram assalariados.
“A sociedade repudia as atitudes grosseiras e injustas dessa administração, nós não sabemos se é o prefeito Luiz de Deus ou pessoas que usam a assinatura eletrônica dele?, saiu essa lista com o desligamento de pessoas aposentadas que ganhavam um salário mínimo e precisavam desse complemento para a renda. Por que prefeito, não saiu o nome de Valdenor [secretário da Fazenda] e Joel [ de uma secretaria extraordinária], que são aposentados da Chesf?”, questionou o parlamentar.
Nos bastidores corre solto o nome de várias pessoas aposentadas que, por serem próximos a políticos, não sofreram a degola.
O vereador também chamou atenção para a renovação de aditivo de um contrato para uso de um trio elétrico em plena pandemia e com decretos estaduais e municipais que impendem festas, ao passo que fornecedores da pasta da Saúde estão há oito meses sem receber da prefeitura.
“É uma vergonha!, uma prefeitura com orçamento de mais de 33 milhões por mês ficar numa situação dessas, chegando ao ponto de em pouco tempo as lojas não quererem mais vender à funcionários da prefeitura.”
O mais grave foi a acusação do vereador de que no Nair falta até dipirona. “Uma senhora que estava num quadro muito grave precisou sair às pressas do Hospital Nair, para o Hospital do BTN, para fazer um raio-x, porque não tinha a máquina no Nair, não tem insumos, não nada!”
Por fim, o vereador insistiu numa audiência pública junto ao presidente da Câmara, Pedro Macário (DEM), que obrigue a prefeitura a detalhar como as coisas chegaram nesse estado calamitoso.
Vale dizer que Macário e os demais colegas da base do governo, escutam tudo e continuam parados. Marconi vem solicitando a audiência há mais de um ano.
Enquanto isso, a população padece nos leitos do hospital Nair, quando, convém dizer, encontra um.