PAULO AFONSO – É preciso ter um coração muito frio para suportar ouvir a programação matinal da RBN, dada a aflição que acomete milhares de moradores que não conseguem mais pagar o talão da conta da água e, além desse problema, sofrem com a falta de abastecimento. Do Siriema ao BTN.
Há pouco, uma senhora moradora do Siriema, chorava no ar pedido clemência, dizendo que não tem mais como pagar uma conta que, antes vinha em torno de 40 reais, e que de repente passou a 170 reais. Sem que haja vazamento ou mesmo aumento no consumo. E assim todos os dias a rádio destaca o sofrimento do pauloafonsino.
No que tange à Câmara Municipal, responsável por tudo isso, sequer veio o castigo aos parlamentares que aprovaram a renovação do Convênio da Embasa de forma açodada atendendo ao Executivo, em vez de discutir amiúde com a sociedade-que paga a conta-, uma vez que parte desses vereadores retornaram ao Legislativo.
À época da aprovação, em 25 de abril de 2019, todos os problemas da distribuição de água na área urbana eram amplamente conhecidos. Falou-se que tudo mudaria, assim como se engana a uma criança que ainda não sabe andar. Os problemas nunca foram tão graves, tudo piorou.
O tal Plano Municipal de Saneamento Básico
Aquela velha historinha para inglês ver, eis o tal Plano Municipal de Saneamento Básico, que custou uma fortuna ao município e, aprovado pela Casa com promessas de investimentos continua apenas escrito no papel. Até aqui, nenhuma obra nos pontos nevrálgicos de distribuição foi executada.
Quando a Embasa operava de forma irregular argumentava que sem a aprovação do convênio que a licenciava por dois anos, não tinha os meios legais para investir. E agora, o que anda dizendo por aí?
Em resumo: a Câmara fez o que era melhor para os vereadores que aprovaram o convênio e abandonou o povo à própria sorte. A má sorte, diga-se.