PAULO AFONSO- Ontem o prefeito Luiz de Deus (PSD) assinou mais um decreto baixando normas para enfrentar a pandemia de Covid-19, que está, como se vê, com 700 casos ativos no município, no ápice. Decretou, entre outras medidas, toque de recolher a partir das 23 horas.
Causa espécie, em quem ainda tem esse sentimento de estranheza, que nenhum vereador, sequer da oposição, sim, existe, tenha questionado o governo da serventia de tal toque de recolher quando todo mundo já vede, em regra, está em casa?
Pior, hoje, quinta-feira 28, o boletim epidemiológico, aponta que todos os leitos de UTI estão com suas respectivas capacidades esgotadas. Nenhum pio dos parlamentares.
Os da base do governo têm preocupações mais urgentes como arrumar uma boquinha na gestão, até aí, a gente procura entender, mas e os da oposição, o gato comeu a língua?
Como está, aceitando tudo numa boa, a Câmara em vez de ser uma interlocutora da sociedade, aflita, doente e sem perspectiva de coisa boa, se comporta como um “puxadinho” da prefeitura, o que vier de lá, tá bom, né?, ninguém questiona nada, não cobra nada, não exige nada, e tudo vai ficando muito tranquilo, desde que, lógico, mais de 1 milhão de reais chegue aos seus cofres para cobrir com o suor do contribuinte o belo exercício parlamentar.
Antes que eu seja injusta com os nobres, devo dizer que para inchar a prefeitura com apadrinhados, não pode haver gente mais habilidosa. Ah, também correr com a imprensa de lá da Casa. São coisas que sabem fazer com exímia competência.
De mais a mais, por que os vereadores iram interromper o sagrado recesso parlamentar e tentar fazer alguma coisa pela sociedade?, aí também é exigir demais. Reconheço: eles têm razão e eu estou, como sempre, errada.
Imagem: facebook da Câmara Municipal.