PAULO AFONSO – Mais cedo, o presidente da Câmara Municipal, Pedro Macário (PP), conversou com o Painel sobre a polêmica denúncia do vigilante João Batista de que pelo menos quatro vereadores estariam envolvidos com o que ele classificou de “máfia do cartão SUS” [aqui] , que é a retirada desse cartão via Secretaria de Saúde de Salvador, para que pacientes sejam atendidos com celeridade em hospitais.
Ocorre que esse cartão é exclusivo de pacientes que moram na capital, mas estariam sendo tirados por pessoas que fazem o Tratamento Fora de Domicílio [TDF] sob o pagamento de uma espécie de taxa que varia entre 50 a 100 reais.
João fez a denúncia ao Ministério Público e à prefeitura de Paulo Afonso, em seguida procurou a Secretaria de Saúde e protocolou um pedido na Câmara Municipal para usar a tribuna, e segundo disse “detonar quem são os vereadores que agem contra o sistema.”
No último fim de semana, publicamos uma nota com a informação de que João Batista não poderia usar a tribuna, porque o Regimento Interno não permite.
De fato não permite nos moldes em que o acusador quer. Em primeiro lugar, nem mesmo os vereadores têm direito à meia hora de fala, e, em segundo, o pedido tem de ser avaliado pela comissão que deve se reunir a partir do próximo dia 12.
Em outros momentos a tribuna foi usada por pessoas sem que houvesse o impedimento do Regimento Interno, qual é a questão em relação ao pedido do senhor João Batista?
Veja bem, ele traz uma discussão de um negócio que não tem nada a ver com a Casa, certo?, quando alguém vem aqui pedir alguma coisa para defesa pessoal, aí tudo bem. Aqui é sobre o cartão do SUS, eu conversei com ele em pelo menos três oportunidades e disse: ‘se tem vereador envolvido faça uma denúncia’, porque imagine, sem isso vira feira, qualquer pessoa chega aqui e diz que quer falar, então qual é o assunto?, se chegar aqui uma denúncia do MP até contra mim vai ser apurada imagine outra pessoa; então não se trata de eu não querer colocar em votação, o presidente da comissão que avalia isto é Bero do Jardim Bahia (PT), e antes do dia 12 eles só se reuniriam diante de uma votação extraordinária que não é o caso.
Entende-se que o senhor não poria isto em discussão antes de haver a abertura dos trabalhos legislativos, mas e quando houver?
O.k, mando para o pessoal [da comissão] e ainda peço mais esclarecimentos a ele [João Batista] do contrário estou administrando fuxico, e isso não é papel de nenhum gestor, não só de político, certo?; se o parecer da comissão for favorável, pode ter certeza que ele vai falar conforme o Regimento Interno permite, na minha mesa não fica papel nenhum.
Macário disse ainda que em dez minutos se faz qualquer pronunciamento com transparência.
Em tempo: quando o presidente fala em administrar fuxico, é impressionante o tanto de áudios vazados em que colegas do Parlamento criticam-se uns aos outros.
No fim de semana a “fuxicada” foi pesada.
Portanto, para o bem ou para o mal, o melhor mesmo será que se coloque em pratos limpos o que tem a revelar João Batista, que não é o profeta, mas sabe coisas do balacobaco.