PAULO AFONSO– Vou tomar emprestado os versos do compositor Nelson Cavaquinho porque a ocasião merece.
No último sábado (14/mai), durante o velório de Luiz de Deus, eu, o meu companheiro de transmissão, Wallace Lima, e a filha de Jota Matos, Késsia Matos – de resto Paulo Afonso pelas ondas do rádio e pela internet, vimos um homem se desmanchar em lágrimas.
Era um amigo, admirador, e companheiro que tinha na figura de Luiz de Deus, mais que um político. Para o diretor da RBN, Luiz de Deus foi um benfeitor, alguém que possibilitou a ele uma mudança radical de vida. Uma vida contada, recontada, detalhada, quase que diariamente no rádio -e, para Jota Matos é pouco. “Porque os pauloafonsinos precisam saber”, diz ele.
Eleição após eleição, na vitória e no amargor da derrota, Jota Matos esteve de prontidão, de bem ou de mal, para defender o legado do homem que foi um farol na vida dele e a da sua família. Mas sábado, era diferente.
Não havia um adversário a quem atribuir iniquidades. A vida de doutor Luiz, enfermo gravemente há dois anos, terminou. Uma vida grande, foram 86 anos.
“Eu já chorei Luiz de Deus, como estou chorando agora pela minha emoção, porque eu devo tudo de meu pai, a você Luiz de Deus! Que Deus lhe proteja, que perdoe, meu Deus! Que me perdoe também a audiência – mas eu tinha que desabafar pelo que fizeram com você! E eu vou dizer, ficará eternamente na mente dos pauloafonsinos quem reconstruiu Paulo Afonso, que Deus coloque Luiz de Deus onde merece porque aqui ele só fez servi, principalmente aos que mais precisavam”, disse Jota entre soluços para depois chorar até passar mal.
E, diz o compositor: chorar não é vergonha não/quem chora sempre tem razão/ alguns choram de alegria e outros por não terem o pão de cada dia…”