PAULO AFONSO- Com a economia sem tração na cidade, a saída é, sem margem para equívocos, o campo. Para tanto, vontade política e muito investimento. Por ora, o município só conta com o primeiro item. Paulo Afonso acumula, frente a outras regiões, décadas de atraso, e a porteira do agronegócio ainda está fechada. É uma visão negativa, mas real.
Entretanto, ainda no agronegócio, ainda sem brotar da terra, contudo, atrelado a ela, na agropecuária, começa a despontar uma realidade animadora, com o crescimento da bacia leiteira nos últimos anos na área rural de Paulo Afonso.
Contudo, a produção leiteira, diferente do que o leigo possa imaginar, exige uma engrenagem complexa, que vai do bem-estar animal, melhoramento genético e cuidados ambientais, daí por que a necessidade de informação, formação e investimento para potencializar esta que é uma realidade econômica com mudança social no campo.
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No último dia (05/abr), aconteceu o 1º encontro dos produtores de leite do município de Paulo Afonso, na sede da Associação do povoado Bogó, para discutir melhorias e o fortalecimento desta produção.
Estiveram presentes as seguintes associações: Agroleite/Matinha – Presidente Ademilson; Associação do Sítio do Tará/Presidente Chicão; Associação dos Produtores de Leite do Povoado Bogó/Presidente Ivelize e a Associação de Moradores e Pecuaristas da Baixa da Onça/Presidente José Aparecido.
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O Painel ouviu para a reportagem a produtora e presidente de associação, Ivelize, para quem esse encontro é um divisor de águas na questão leiteira de Paulo Afonso. “É um absurdo que a população não saiba desse potencial”, diz.
Ela frisa também a presença dos governos municipal e estadual, do sistema S e do banco de fomento: “Nós tivemos aqui diversas autoridades importantes para o setor como Antônio Carlos – coordenador da Bahia-Ter; Leda Chaves – subsecretária de desenvolvimento rural; Ricardo Bering do Banco do Nordeste, Fábio do Sebrae e Naina Barros- coordenadora da Bahia Pesca.”
“Veja, durante o encontro tivemos noções estratégicas e colocamos em evidências as nossas maiores dificuldades, ficou claro para nós o que é obstáculo e o que é solução”, pontua a pecuarista.
O apoio técnico é imprescindível, Ivelize destacou a secretaria de Planejamento do governo do estado e a Coordenação do Colegiado do Território de Itaparica, com as quais há previsão de melhoramento genético para 2.400 animais.
“Seguimos firmes acreditando que, com as parcerias será mais fácil chegarmos ao nosso objetivo, lembrando que a bovinocultura leiteira é a única atividade rentável no alto Sertão onde nós vivemos, onde com uma área pequena você é capaz de produzir e tornar-se independente e sustentar a sua família”, reconhece Ivelize.
Em tempo: um produtor gloriense, conhecido Seu Sobrinho também marcou presença.
Um comentário
Os produtores estão se esforçando para impulsionar essa atividade.
Existe desafios, no aumento da eficiência, capitalização e crescimento.
Vontade política e parcerias,sem sombra de dúvidas,são fundamentais para o sucesso desse projeto.