PAULO AFONSO– Nós da imprensa estamos encalacrados. Na ausência dos covardes da Câmara Municipal que sumiram do debate público, a fim de evitar confrontar o prefeito Galinho (PSD), restamos nós a ter que lidar com o choro dos demitidos por ele.
Os 16 anos de um único grupo político no município sem saída econômica, gerou uma dependência dura de ser curada: o emprego da prefeitura. Nela estavam o pai, o filho e a irmã de muitos dos 120 mil habitantes da cidade – sem falar os fatos absurdos de uma família inteira que ficou desempregada com a chegada de Galinho: eram cinco.
Muitos diziam, com carradas de razão que, a sobrevivência desse emprego, espalhada em milhares de famílias, mantinha o grupo dos Deus no poder. Não há como fugir um milímetro disso.
O novo governo e as demissões sumárias
Com a chegada de um governo de oposição, ainda que tenha DNA suspeito, mas resta evidente que o prefeito traçou caminho antagônico, houve quem usasse de esperteza contra o ex-prefeito Marcondes, atirando-lhe uma pedra no peito, e votando sorrateiramente no Galo, crendo que, assim, manteria a “boca”. Desses pouquíssimos escaparam. A maior parte foi embora sem lenço e sem documento. Dito com outras palavras: sem as rescisões. Galinho os pôs na rua nus.
No governo de Galinho nem o Bolsa Família funciona até o presente momento, quiçá a prometida geração de empregos da tal reconstrução. Por ora, apenas as famílias do entorno dele foram devidamente reconstruídas nas tetas do município.
A mídia virou o muro das lamentações. De lamúria em lamúria, aqui e acolá, sai, numa frase dita entre resignada e chorada, a solução: “é esperar mais quatros anos”.