PAULO AFONSO- O médico mais respeitado do município que, por acaso é também o maior político, Luiz de Deus, disse-me uma vez: “Alternância é uma palavra bonita, mas não funciona como o povo imagina na prática”, e arrematou: “Se esse rapaz tivesse ganhado a eleição seria um desastre.”
Hoje, dezenas de médicos demitidos de forma sumária, sem horizonte, sabem bem o que significam as sabias palavras do mestre. O prefeito Galinho (PSD), para onde queiram ir com a questão, tem vinte poucos dias de desacertos, que só não são maiores pela presença do vice-prefeito Macário (PSDB) que, com sua experiência, tenta conter as extravagâncias.
“Quando o prefeito era apenas candidato, vivia na UPA cobrando atendimento médico, nos via trabalhando, passando muito do plantão, e hoje, deixou a unidade praticamente sem ninguém. Que lógica é essa?”, questiona uma médica a esta jornalista, em caráter reservado.
O depoimento da doutora encontra eco em dezenas de colegas, mandados embora à revelia da população. “São médicos especialistas – que atendem nos postos médicos também-, são várias especialidades que ficarão sem cobertura e nós não sabemos se haverá recontratação. Possivelmente, se houver, será de médicos jovens.”
A bem da verdade, ninguém sabe nada, porque se há uma equipe de comunicação no governo ela não opera. Não há, rigorosamente, nenhuma explicação. Apenas vídeos no Instagram, ainda nos moldes da campanha, mostrando o que era antes, e com promessas do que virá depois.
Galinho continua com bastante popularidade, mas sua credibilidade rasteja. Ainda sobre os médicos, de acordo com a fonte, foram 26 doutores demitidos.
O povo brasileiro de tradições indígenas, especialmente em Paulo Afonso, se apertar, sabe se virar com as ervas. É o que resta, porque amor à medicina (tradicional) não parece ser o forte do comandante.
Foto: Graci/Painel.