PAULO AFONSO– Aos poucos a população está acordando do engodo sofrido durante a campanha passada, que resultou na vitória por ampla margem do prefeito Mário Galinho (PSD), em 06 de outubro.
O prefeito, quando não está debaixo de um trator ou limpando os buracos (seletivamente) da cidade, vai ao gabinete alardear que o município está em crise e que, portanto, se faz necessário maltratar a população sem os serviços públicos e suspendendo programas sociais.
Aconteceu nesta terça (21/jan), com o tal decreto de emergência administrativa publicado pelo prefeito a fim de prolongar a agonia dos mais frágeis, como se Paulo Afonso fosse uma exceção no Brasil, não é.
O cenário de crise é comum a todos, em maior ou menor drama, e se repetem a cada quatro anos. No entanto, chama atenção dos cidadãos a falta de coerência do prefeito ante o descalabro alardeado nas contas públicas.
No dia em que sai o decreto da calamidade administrativa, a Câmara Municipal entregue totalmente e sem qualquer pudor, às vontades do gestor, aprova por unanimidade a continuidade da reforma administrativa que cria inúmeros cargos de superintendente cujos salários variam de 8 a 4 mil reais.
Não bastasse o nepotismo cruzado descarado que inunda as nomeações de Galinho, ele ainda criou cargos extras em pastas desnecessárias para abrigar amigos e parentes, e agora, quer o estado de emergência para contratar à vontade.
Tudo isso sob o mais vergonho silêncio dos vereadores, fartos com o salário de marajá e, como é sabido, com o pires nas mãos, atrás do prefeito para mais nomeações no loteamento das pastas.
“Bora cuidar”, dizia o então candidato Galinho que, à semelhança do Beato Salu, rogava por um santo que nunca existiu e pregava sobre os fins dos tempos da opressão, uma vez chegado à glória, revelou-se o velho e comum pecado: a cobiça.