PAULO AFONSO- Em meio à transição, tenho uma preocupação específica: vejo o governo vindouro cheio de homens, e, algumas mulheres. Poucas. Quase nenhuma. Ou por outra: quem é a mulher que fala no governo de Galinho (PSD)?
Já questionei o assunto e me foi dito que “tem muitas mulheres no alto escalão que serão conhecidas depois.” Eu vou ficar então, com o exemplo atual, da gestão de Marcondes Francisco (Progressistas). Faça-se as ressalvas que quiserem ao governo dele, especialmente no pós-eleição. Contudo, uma marca não lhe será negada: Marcondes ampliou a equidade de gênero colocando mulheres em posição de chefia. E não à toa, são elas agora que agem com determinação e tratam com a máxima seriedade o fim do governo.
Cíntia que sempre trabalhou com seriedade e pé no chão, infelizmente, deixará a pasta de Desenvolvimento Social com um grande abalo na comunidade que é o fechamento do Restaurante Popular, isso, embora gravíssimo, não pode servir para macular seu trabalho ao longo de quase 8 anos à frente da pasta. Foram mais acertos do que erros.
Marcondes errou brutalmente na estratégia quando conservou a estrutura política que herdou, sem fazer as adequações necessárias, também em razão disso foi punido nas urnas. Mas o seu gabinete foi chefiado por Pollyana Piancó, que ao ajudou a atravessar os momentos mais difíceis de um período de gestão.
Na sala ao lado de Pollyana, a jornalista Veruska Alcântara, competentíssima. Fará muita falta à redação oficial, até porque não é assunto para amadores. E mais, se acham pouco, Marcondes teve a coragem de colocar uma jovem que – acho nem não tem trinta anos- para chefiar a Fazenda, sob a maior pressão do mundo.
Hoje, quando Marcelle Amâncio chagava à Câmara e flagrou vereadores acovardados falando mel dela, bateu à porta e pediu uma reunião. No rádio estavam dizendo que a Marcelle “estava sumida”, quem disse: ora, quem, um homem! E que homem, o homem que merece ganhar 25 mil reais de subsídio.
Marcelle chegou acompanhada de Lívia Gracielle, que hoje, e de forma emergencial, assumiu o desafio de não deixar a Saúde municipal colapsar. Com as ressalvas possíveis e justas à administração de Marcondes, é preciso reconhecer: ele deixa um legado afirmativo no que tange à causa da mulher líder, refletido também em outros níveis da administração municipal. Foi um marco.
