PAULO AFONSO– O município tem cenas hoje inacreditáveis do século passado com comunidades rurais reclamando do acesso à água e não há exagero nenhum na afirmação do vereador Zezinho (Progressistas), de que servidores “vão passar fome”. Pois, cada um sabe de si e da sua mesa.
A lista de problemas é infinita: comerciantes aflitos, fornecedores amargando prejuízos, hospital ameaçando fechar, porque atender parcialmente o que já vem bem, é apenas licença poética para o caos generalizado. E, por uma boca só, todos se perguntam: onde está o prefeito?, por que ele não dá quaisquer explicações, ainda que venham pelas mídias oficiais, nada.
Um homem que celebrava dias antes de as urnas lhe aplicarem a maior derrota já registrada numa eleição municipal em Paulo Afonso, que tem 40 anos de vida pública e 10 mantados consecutivos, onde foi parar a empatia com a população de alguém que sustenta tal currículo?
Discordo pontualmente que ele ou qualquer outro político derrotado se submeta à humilhações- como certamente passaria no caso de atender à convocação de Jean (PSD) – tampouco corroboro com a decisão de simplesmente não aprovar os projetos de suplementações orçamentárias, sem que tenha sido ofertada imediamente uma saída lateral, para não penalizar o lado mais frágil no jogo político que é justamente o funcionário.
Mas não tem como endossar a ausência, a mesquinhez e a falta de espírito público de uma figura tão emblemática e que foi ao longo de mais três décadas, alguém de ligação umbilical com o ex-prefeito Luiz de Deus, esse sim, político graúdo, cuja biografia sai maculada por terceiros.
Agora se desvenda a real natureza de Marcondes, da pior forma possível, ignora-se uma cadeia de problemas econômicos que têm potencial para prejudicar e muito o futuro governo. Talvez seja esse o intuito, e repito: é mesquinho querer acrescentar problemas a um governo eleito de forma absolutamente democrática, ungido pelo povo.
Apareça prefeito!, saia das cordas, reúna sua equipe e dê continuidade aos serviços públicos; exonere funcionários do alto escalão que apenas estão recebendo o salário gordo em casa; prepare tudo e receba a equipe de transição do futuro governo com as pessoas que restaram na prefeitura que, mesmo com a sua falta, fazem a máquina não parar de vez.
Se não o fizer pelo povo, faça pela história do ex-prefeito Luiz de Deus que sempre amou o município e é uma figura pública da mais alta dignidade e que não combina com o abandono do seu mandato.