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Paulo Afonso-BA, 21 de novembro de 2024

“O contrato com a prefeitura é a única fonte de renda das associações”, diz presidente Ismael, licitação do governo inviabilizou a Lagoa do Rancho

PAULO AFONSO– Há uma semana, Ismael Torres, presidente da Associação dos agricultores da Lagoa do Rancho – área rural- participou da sessão da Câmara Municipal, e expos a situação complicada por que passa as associações rurais operando no limite e, dessa feita, no caso da associação que ele preside, de fora da licitação que vai contratar a empresa para distribuição de água na região do Nambebé.

Ismael Torres presidente da associação da Lagoa do Rancho.

Ismael explicou que sempre houve na prefeitura um departamento que auxiliava as associações com a documentação e, como havia boa vontade, por assim dizer, o aviso sobre os pregões era dado com boa antecedência. “Ficamos sabendo desta licitação a uma semana de acontecer”, explicou ele.

“A questão não andou. Eu vim hoje atrás de um posicionamento dos vereadores que representam o governo, mas ninguém me procurou, não me disseram se buscaram o secretário ou prefeito”, contou Ismael.

A licitação está em andamento e não foi fechada ainda a empresa, continua Ismael. “Ainda não foi fechado o valor, mas está em torno de 34 reais, abaixo do que a gente operava que era 52,50.”

Ainda segundo as explicações de Ismael, mesmo as associações que conseguiram participar da licitação já preveem o prejuízo. “As associações tentaram equilibrar isso, mas não conseguiram. Antes, a prefeitura apoiava as associações. A bem da verdade, muitos presidentes têm dificuldade em acionar esses dispositivos eletrônicos, mas antes, havia assistência às associações, o contrato acabou em abril, eles pagaram até maio e em junho procuramos o setor para saber como seria e não tivemos respostas.”

Uma burocracia enorme e os presidentes precisaram correr contra o tempo, tiveram menos de uma semana para colocar a papelada em ordem, e, uma vez na prefeitura, souberam dos preços impraticáveis.

“A licitação para a distribuição de água no povoado Várzea ainda deu para participar, mas do Nambebé não teve como”, explica ele.

“Tentamos colocar um lance mínimo de 80 reais. Se nós conseguimos participar da licitação da Várzea não houve erro da nossa parte, mas o nosso interesse é atender bem a nossa comunidade”, pontou Ismael.

O contrato com a prefeitura é a única fonte de renda da associação. “Nós seremos muito prejudicados. Eu até achei que fosse apenas a parte do Juá, Várzea e São José, mas encontrei um colega que faz parte do Conselho Municipal de Agricultura Sustentável e, de certa forma, estamos incluídos, e mesmo assim acontece esse desrespeito. Assim eu considero. Foi jogado para nós e tentamos resolver”, acrescentou.

A luta de Ismael não foi em vão. “Teve associações vitoriosas depois da polêmica aqui na Câmara.”

O governo tem que ter bom senso agora e, de forma alguma, desestimular a atividade das associações em razão de uma burocracia. Não é possível que se mantenham inflexíveis.

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