PAULO AFONSO-Em miúdos, o governo municipal quer que a população continue bancando o staff – salário, motorista, gasolina e aluguel de veículo- de um político que, resta provado, não reúne mais as condições de voltar à vida pública.
O veto ao atestado que pedia mais meses de licença para Luiz de Deus e, consequentemente, o pagamento do salário de prefeito, ocorreu há duas semanas sob orientação da Comissão de Constituição e Justiça da Casa (CCJ).
O vereador Jean Roubert (PSD), líder da bancada de oposição, está muna cruzada para que, o Legislativo, cuja Lei Orgânica não prevê tais penduricalhos pesadíssimos ao erário, como bem já escreveu um juiz local, determine um rito no qual seja possível forçar a renúncia de Luiz de Deus, há mais de um ano em casa.
É inacreditável, mas o governo ainda tenta tergiversar sobre o assunto, a despeito da indignação da população. “Eu não discuto a saúde de Luiz de Deus até porque eu não sou médico, mas nós temos o direito e o dever, como fiscais, de discutir o procedimento”, retrucou o vereador.
“Político não tem regime próprio de previdência, estamos sujeitos ao regime celetista – ligado ao regime geral da previdência, estamos pedindo algo simples: queremos um laudo que aponte a gravidade e, assim que a Casa possa deliberar um procedimento que a lei diz que é para todos”, explicou calmamente, mais uma vez Jean.
Todos sabem que a questão não é técnica. O governo de Marcondes (Progressistas), por conveniência ou fraqueza, não enfrenta familiares do prefeito, e, consequentemente mantém o salário. Jean está cercando o caso com o que Legislativo ainda pode fazer.
Sobre as contas da prefeitura, assunto trazido semana passada, com os esclarecimentos da secretária da Fazenda, Marcelle Amâncio, Jean explicou que, segundo a prestação de contas ocorrida semana passada, nada vai mudar.
“Vimos aqui que a prefeitura já extrapolou tudo o que podia em relação aos gastos públicos, portanto, não se trata mais de discutir pessoas, nós precisamos mudar é o modelo de gestão que favoreça o empreendedorismo e veja outros formatos, do contrário estamos fadados ao fracasso”, resumiu.