contato@ivonelima.com.br

Paulo Afonso-BA, 21 de novembro de 2024

Maternidade: “Ser mãe azul mudou para melhor a minha vida”, diz Mária Goretti, mãe de João David

Postado por:

PAULO AFONSO- João David, 5 anos, logo que veio ao mundo – em Aracaju- enfrentou três meses de internação, dois deles numa UTI, quando sobreviveu a duas paradas cardíacas e, pesando 1,7 kg passou a ser o filho de Márcia Goretti, 48 anos.

Filho biológico de uma tia de Márcia que é paciente psiquiatra, João David já estava predestinado a ela. “A vinda de João David – meu presente de Deus- não foi algo planejado, mas uma consequência da vida que eu não pude me negar”, explica.

Márcia Goretti foi minha convidada do 2º Ep do Painel nas Eleições 2024.

Márcia foi conselheira tutelar por dois mandatos consecutivos a sabia que o bebê seria levado a adoção de qualquer maneira. “João David precisa de tratamentos bem específicos: oftalmo, otorrino e cardiológicos, e foi um contexto muito novo para mim”, lembra ela.

Quando o filho completou 3 anos e foi diagnosticado com autismo e TOD – Transtorno de Oposição Desafiante – Márcia, incialmente, rejeitou o resultado. “Eu não via e não aceitava, dizia que era um menino imperativo. Porém, no primeiro diagnóstico o autismo de João David foi considerado bem acentuado.”

Márcia conta que precisou mudar toda a vida. “Foi um mundo novo que eu precisei viver, e minha vida mudou para melhor, costumo dizer que ele é meu chaveirinho da sorte. Me deu muito trabalho, chorei muitas noites, porque a gente passa por várias situações e esse coração azul nos trás muitas consequências: foi difícil achar alguém para nos ajudar em casa e inseri-lo dentro da escola sem ter um problema”, conta.

Para além das questões pessoais, familiares e de saúde, a mãe de João David tem outra barreira pela frente: vencer uma eleição para vereadora e transpor a estatística do governo federal segundo a qual, apenas 38% das mulheres em cargos de lideranças são mães.

Conciliar maternidade e liderança, ou seja, ter bom desempenho no pleito deste ano é um dos desafios impostos a parte das mulheres que vão disputar uma vaga para o Legislativo. E, por isso mesmo, um incentivo a mais para a campanha delas:

“Diante de tantos casos, o meu é pequeno. Como eu trabalho dentro da saúde, garanto que meu filho teve um suporte maravilhoso e, dentro do Centro de Especialidades, a gente vê muitos diagnósticos e variadas situações das famílias; nem sempre uma mãe atípica é uma mulher que tem estrutura, muitas vezes ela própria precisa de cuidados especiais, precisa de suporte e não falo somente do poder público, precisa para levar a vida em família, então são muitas situações dramáticas que a gente acaba conhecendo.”

“Não cheguei aqui do nada”

“A minha caminhada vem de mim, da minha família e quem me conhece sabe que eu sempre gostei de ajudar aos amigos e aos conhecidos. Sempre fui resolutiva e sempre soube entrar e sair em todos os lugares. Sempre tive como referência olhar o outro de forma humana, com empatia. Eu acredito que trabalhar no Legislativo é defender projetos positivos para a sociedade. Caminhei como conselheira, coordenadora do CREA e posso somar apresentando políticas públicas para mulheres e crianças.”

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *