PAULO AFONSO– O Legislativo tem liturgia própria dentro da política. Apesar de ser entre os Poderes o que mais dialogo com a população, os vereadores precisam se movimentar na contraofensiva contra ações da prefeitura na tentativa de minar suas pretensões políticas, ao mesmo tempo trabalhar no limite da lei, para evitar que as pautas sejam levadas à Justiça e, assim, travadas, e, mais especificamente, não pode, vacilar no trato com o interesse público.
Nesse ponto, o líder da oposição, Jean Roubert (PSD), trabalhou com sabedoria. Antes de reunir as condições, como bancada, de dá um basta nos seguidos atestados do prefeito licenciado Luiz de Deus, foi aos meios de comunicação, explicou que se trata da Lei Orgânica Municipal que não prevê nenhuma outra alternativa ao prefeito que não seja a licença pelo INSS.
Com isso, na oportunidade de outra licença, nego-a por meio da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e de Finanças. Luiz de Deus agora passará por uma junta médica, como manda a lei. “Se não reunir mais as condições para voltar, terá que renunciar”, disse o vereador sem titubear.
A possibilidade de Luiz de Deus ficar sem esse penduricalho na prefeitura é um vespeiro que o governo tampão tenta evitar a todo custo. Mais, nesta segunda (20/mai), vivendo a mais completa bancarrota, a prefeitura contava com os 10 milhões de reais para, segundo ela, tocar obras que ficaram pelo caminho, entre as quais, a reforma da Justiça Federal.
Foi uma votação dura que durou duas semanas, entretanto, sem espaço para manobras, às claras, prevaleceu o espírito de grupo e Jean conduziu a bancada para o “não”, nos dois projetos: que versam pela reforma do prédio da Justiça Federal e mais três milhões para outros fins.
“Os costumes de 30 anos vão morrer hoje. Aqui tem que votar, pedido ou comunicado a intenção [de Luiz de Deus] é continuar afastado, antes apenas se comunicava e morria lá com A de eterno, agora vamos votar como manda a lei”, explicou Jean e conduziu para uma espremida no atestado de Luiz de Deus que forçará a renúncia.
No que diz respeito ao Projeto de Lei dos milhões, o mais barulhento por se tratar de uma pauta do governo de turno Jean conduziu assim: “Não vislumbramos nenhum problema nas comissões e, nem no pedido do Executivo, como líder de bancada eu oriento a votar ‘não’ nos projetos por serem inoportunos para o momento.”