PAULO AFONSO- Uma dívida estratosférica, impossível de ser quitada ainda nesta gestão – a não ser que pare por completo os serviços públicos- em torno de 114 milhões de reais, veio à baila hoje, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal, pela intervenção do vereador Jean Roubert (PSD), que tem sido um parlamentar com alto rendimento na Casa.
Jean, primeiro convocou com aprovação unânime dos colegas e, depois, pessoalmente, insistiu no convite à chefe da Fazenda, Marcelle Amâncio, que foi alçada ao cargo recentemente. E, como lembrou Jean, “tem 8 anos dentro da prefeitura”, sabe tudo e mais um pouco.
O ponto nevrálgico da convocação foi exatamente o governo assumir que deve. Ficou cristalino que toda sorte de carência enfrentada pela população, especialmente nos últimos dois anos, advém disso: dívidas.
“Vossa excelência assumiu uma pasta importante porque tudo se dirige à Fazenda. A sociedade precisa entender as razões, a senhora está no grupo há 8 anos e tem a confiança do grupo, fizeram um levantamento grade e sabem que há má gestão dos recursos”, iniciou Jean.
Previsão orçamentária escalonada, ano a ano prossegue: “Todos os Orçamentos têm superávit e o município não alimenta os programas federais de Saúde há muito tempo. Temos o relatório do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) que anotam inconsistências, aprova essas contas porque é tribunal mais político do que técnico.”
Em seguida Jean apresentou uma série de empenhos da prefeitura que são hoje os responsáveis pela falência de parte do empresariado e pela falta de força na economia, porque enfatizou Jean: “Todos sabem que o ex-secretário Joel fazia relatórios mensais a Luiz de Deus da situação financeira e dos excessos que se fazia pela forma de gestão excessivamente patrimonialista.”
Jean disse de forma elegante que, a prefeitura foi usada para sustentar um grupo de maus hábitos públicos crônicos que, mesmo com a saída de Luiz de Deus permanece.
O parlamentar citou empresas, entre elas o Hospital Núcleo Vida, cuja dívida da prefeitura gira em torno de 2 milhões de reais e falou qual é a maior queixa. “Eles dizem que sequer são recebidos, não há diálogo.”
Forçosamente, o governo se comprometeu e dar respostas nos prazos de duas semanas para alguns pagamentos e, conforme seus devedores – citou Chesf e Embasa – forem pagando, fará dos demais.
Em termos práticos, o governo saiu da toca e assumiu de forma bastante clara que é incapaz, tem sido inábil no tocante à diminuição da máquina.
“Há excesso de consultorias em todas as secretarias, excessos de aluguéis de imóveis e aluguéis de veículos, e tudo continuou. Mesmo que cheguem recursos, faltará. A credibilidade é zero e o sentimento da rua é de insegurança. A prefeitura de Paulo Afonso é o primeiro empregador e sustenta essa economia e precisa prestar serviços com qualidade”, destacou ainda Jean.
Agora é fiscalizar os prazos e torcer para que o período eleitoral sensibilize a prefeitura.