PAULO AFONSO– O ano era 2014 e minha filha nasceu de um parto complicadíssimo, onde tive que sair daqui de Paulo Afonso (Hospital Nair Alves de Souza) às pressas, porque não tinha UTI. Este ano, minha filha completou 10 anos e tornar-se mãe foi um renascimento na minha vida em vários sentidos.
Ser mulher é ser resistência! Resistir diante de uma jornada exaustiva, de uma sociedade que julga e oprime mulheres diariamente, violenta de diferentes formas, que tenta nos calar, desmerecer. É um ato de resistência diário.
Quando Simone de Bouvier afirma: “Não se nasce mulher, torna-se mulher” ela traz a discussão o papel construído socialmente e destinado a mulher na sociedade. A gente vai aprendendo a ser mulher, em especial, na sociedade machista que vivemos e com todas as suas dificuldades. Mesmo com vários direitos conquistados, muitos recentes, inclusive o direito ao voto, que não faz tanto tempo assim, a luta contra o machismo é diária, o controle de poder, o acesso, tanto que isso ainda reflete, por exemplo, na disparidade de mulheres participando e ocupando cargos políticos.
Existe uma descredibilização do político por parte da população. Aqui em Paulo Afonso, percebo muito um caráter assistencialista ainda, a imagem daquele político acomodado e que se mantém no poder por troca de favores, os tais voto de cabresto ainda muito presente na nossa história. E diante desse cenário, das mesmas opções que colocam o nome, de não me sentir representada, de querer, sobretudo, ser essa representatividade do bairro que resolvi colocar o meu nome à disposição. O caminho já está sendo complicado, conciliar todos os papeis, funções é bem difícil. Se posicionar que requer coragem, ainda mais quando você é mulher, mas percebi uma boa aceitação. O caminho ele vinha sendo construído e acredito que chegou a hora da população aumentar a representatividade feminina na câmara.
Este ano acredito que será uma eleição bem disputada, acirrada, as articulações políticas iniciaram bem cedo, já existe uma campanha forte, dentro das possibilidades do que é permitido ainda, também percebo bons nomes surgindo e um desejo de renovação.
O Bairro ele é muito grande, as vezes quando pensamos BTN englobamos BTN1, 2 e 3, sem falar nos bairros adjacentes como: Marina França, Bairro Rodoviário, PA4, Santa Inês, entre outros… bairros, inclusive, que têm crescido consideravelmente. São muitas demandas e especificidades; eu percebo um afastamento dos políticos eleitos daqui, merece uma atenção tanto na parte de fiscalização e cobrança, como também de propostas, projetos específicos para população. Acredito muito na ideia de integração, movimentar o bairro em diferentes aspectos culturais, esportivos, educacionais, fomentando o empreendedorismo e o comércio local. É uma forma de todos, consequentemente, ganharem com isso. Acredito que o eleitor ele tem se tornado mais crítico ao longo dos anos, o próprio descaso e o agravamento de problemas básicos tem feito a população questionar esse modelo repetitivo, o debate ele tem chegado e alcançado mais pessoas, as diferentes mídias sociais, o avanço nas formas de comunicação, tem contribuído para esse alcance. Espero que o povo de Paulo Afonso avalie, pense no voto com responsabilidade, temos um poder em nossas mãos e pessoas, e aí me incluo como parte desse processo, boas e responsáveis, com vontade de trabalhar e fazer por Paulo Afonso. Para concluir, sigo esperançosa nessa renovação.
Comento: a pré-candidata a vereadora Jaciedade Rodrigues, que filiou-se nesta segunda (04/mar) ao Solidariedade, foi entrevistada por mim para falar sobre como se sente a poucos meses do pleito. Falou em primeira pessoa, de forma direta também em razão do Mês Internacional da Mulher.