PAULO AFONSO– Marcondes (PSD), há quase um ano no poder, terá seu teste de força nos próximos dias, quando, sem conversar com sua base, empurrará goela abaixo um abacaxi de 18 milhões de reais, em meio às finanças turvas da prefeitura nas quais ninguém se arrisca a dizer o que aconteceu com o Orçamento de meio bilhão de reais.
As finanças municipais só não estão mais escuras do que a cidade. “Eu vou receber parentes que vêm de São Paulo e estou morrendo de vergonha, porque eles vão chegar aqui e ver que não tem um pisca-pisca na cidade”, disse hoje, um internauta durante uma live minha.
Marcondes, um político estranho à função
Marcondes em oito mandatos, nunca se sobressaiu em qualquer legislatura. Fiel como um cão, conseguia negociar e ter a boa vontade de Luiz de Deus (PSD) [ou do prefeito de turno] para indicá-lo à presidência da Casa. Assim o foi em 3 oportunidades.
A um enorme custo, só na véspera da convenção do pleito de 2020, Luiz de Deus se convenceu de que Tenório não daria certo para seu vice, e bateu o martelo para Marcondes.
Com mandato praticamente encerrado, de acordo com as palavras de Keko do Benone (Avante), hoje, Luiz de Deus chora copiosamente sem entender o trágico destino que se abateu sobre sua base de parlamentares.
Mas não somente sobre eles. Os secretários próximos a Luiz de Deus estão rifados no governo tampão. Um deles, segundo interlocutores, é Val. O homem responsável pela decoração natalina.
“O projeto do Natal está pronto com uma enorme antecedência, o problema é que o prefeito não recebeu Val, o negócio degringolou e atrasou”, informa a fonte a esta jornalista, em caráter reservado.
Ainda que Val fosse apenas Val, sem competência para planejar absolutamente nada, se houvesse um chefe, ele teria que dar conta das coisas em tempo hábil. O negócio é que não tem.
Bastidores
“O fogo amigo vai pegar Marcondes”, assegurou outra fonte, sob reserva. De acordo com a última contagem o placar para os 18 milhões está em 7 x7, dependendo do voto de minerva do presidente da Câmara Zé de Abel (Podemos), outro que come desprezo do prefeito.
Se Jailson Oliveria (União), não participar da sessão extraordinária o governo perde. Sabendo disso, o vereador, se recuperando de um problema pulmonar já avisou que vai.
“Não vamos dar munição ao inimigo. Você vai colocar 18 milhões na mão desse prefeito que nunca considerou a Casa?; nunca sequer se reuniu com a base para discutir nada e só apareceu aqui – no dia do lançamento do livro de Jean- porque está em apuros, só se a gente tivesse doido”, concluiu uma das fontes que conversaram comigo ontem.
Ainda restam as explicações sobre os fantasmas que estudam no Paraguai.
Foto: redes sociais.