Faltando 18 dias para o Natal, o nível de incerteza no comércio de Paulo Afonso sobre as vendas no período que antecede a maior festa cristã do planeta está acima do esperado. Mesmo considerando que o fantasma da pandemia já foi banido e a economia do país tem dado sinais de recuperação, muitos lojistas ainda temem dias difíceis, principalmente diante das queixas de fornecedores da Prefeitura sobre atraso nos pagamentos.
A maioria dos comerciantes mantém a expectativa de bater a meta de vendas, porém, alguns ainda preferem não sonhar muito alto. Na 2ª semana de dezembro, a diferença no movimento em relação aos anos anteriores à pandemia é preocupante.
Outro fator que pode influenciar negativamente nas vendas é a falta de decoração da cidade. Enquanto a maioria dos municípios brasileiros já está com suas ruas decoradas e iluminadas desde novembro, em Paulo Afonso ainda não tem sequer uma lâmpada colorida pelo menos no centro da cidade. A informação que se tem até agora é de que a licitação para o serviço ainda está em andamento. Correm até boatos de que a empresa que fez a decoração no ano passado ainda tem parte do pagamento sem receber.
Para o empresário Maciel Teixeira, a lentidão pode comprometer as vendas do período, uma vez que a ornamentação desperta nos clientes o prazer de caminhar pelo ambiente natalino e até antecipar as compras.
“A falta planejamento pode impactar diretamente no movimento do comércio. Seria necessário mais empenho do Poder Público, com um processo licitatório antecipado, visando entrar no mês de dezembro com a cidade iluminada. Nós sabemos que tudo isso tem custos, mas os custos são pagos com nossos impostos”, ressalta.
Maciel, que já foi presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) por dois mandatos consecutivos, aponta o distanciamento entre o Poder Púbico e os setores do comércio, como desrespeito. Segundo ele, a falta de comunicação confunde os comerciantes, que ficam sem saber como preparar os estoques para as vendas do período de festas de final de ano.
“Planejamento e comunicação denota respeito com os clientes, lojistas, fornecedores e com todos os envolvidos nesse processo, e com união de forças seria mais fácil chegar a um resultado favorável para todos; mas infelizmente as coisas não estão sendo feitas dessa forma”, lamenta.
Por outro lado, nas ruas de Paulo Afonso, as pessoas perguntam se esse ano haverá festa de Natal na Praça das Mangueiras, mas até a publicação da matéria, a Prefeitura não tinha divulgado nenhuma programação.
O projeto Natal Social criado pela ex-secretária de Desenvolvimento Social, Ana Clara Moreira em 2012, começou a perder sua característica em 2019, após a saída de Clara. A abertura da festa sempre acontecia na 1ª semana de dezembro com a cidade decorada e iluminada, e se estendia até o final do ano, sendo que a decoração permanecia até 6 de janeiro, quando é comemorado o Dia de Reis. A programação elaborada com antecedência levava as famílias à Praça das Mangueiras para conhecer as atividades da rede socioassistencial do Município nos estandes. No palco, aconteciam espetáculos infantis, peças teatrais, além de shows com artistas evangélicos e católicos.
Hoje, quem passa pela praça sente saudade, angústia e revolta com falta de respeito à população que não deveria ser castigada pela política sem ética que se instalou na Gestão Municipal.