PAULO AFONSO- Eu tenho todos os motivos do mundo para não gostar de Val. Inclusive porque, de forma injusta, estou sendo processada por ele. Porém, aqui, é preciso dizer a verdade. A culpa de a prefeitura não pagar a gente viva não é de Val, nem de qualquer outro secretário. É uma escolha do prefeito em exercício que, como bem afirmou Jean Roubert (PSD) “tomou conta da boca do caixa.”
Hoje, o governo passou mais um vexame. Depois que a vereadora Evinha (Solidariedade), informou que a gestão vai gastar em torno de 1 milhão de reais com pisca-pisca para o Natal – e só-, o líder do governo, Leco (PSD), filosofou, disse que em vez de “ver uma árvore”, a oposição deveria olhar “a floresta toda”.
Quando esta jornalista saia da Casa, um senhor que acompanhava a sessão, abordou-me e resumiu a tal “floresta”, nas seguintes palavras: “Só se for a floresta da corrupção, basta ver quem são as pessoas donas de empresas que mais levam dinheiro da prefeitura, de quem são parentes.”
O governo de Marcondes tem necessidade de legitimidade, daí por que sessão pós sessão, algum vereador governista, comumente, Leco, lhe dá parabéns. É parabéns por isso e por aquilo: “Parabéns Marcondes, parabéns!”
Não basta, entretanto, dar-lhe os parabéns, é preciso desconstruir as críticas da oposição. Mas hoje, o governo quebrou o focinho. A oposição segurou até quando deu um áudio no qual Val afirma a barafunda que é o governo. Para resumir: vai botar na praça a festa natalina deste ano, devendo ainda a do ano passado, e tudo o mais que fez para vender fumaça por meio das festas:
“Nós tivemos uma reunião no gabinete do prefeito, sem o prefeito [claro, ele vive embaixo de uma algaroba] em folha de ofício sobre o que devemos do Natal do ano passado, Carnaval – aqui convém dizer que não teve Carnaval -, Moto Paulo Afonso, São João e Copa Vela”, elenca Val, em áudio enviado a um grupo da prefeitura, prontamente vazado para Evinha.
Reconheço, Val fez mais pela campanha da oposição ao mandar esse bendito áudio do que qualquer outro ator político e/ou grupo poderia fazer. Esse favor todos nós lhe devemos.