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Paulo Afonso-BA, 22 de novembro de 2024

Caos, abandono e Embargo no Mercado Público de Paulo Afonso

Corpo de Bombeiros embarga obra de ampliação da feira coberta e determina desligamento de instalações elétricas inadequadas no setor de confecções

A feira coberta de Paulo Afonso, construída na 2ª gestão do prefeito Anilton Bastos, beneficiou mais de 500 feirantes. Até fevereiro de 2012, quando o novo mercado foi inaugurado, pequenos comerciantes passavam por transtornos, principalmente nos períodos de chuvas, quando tinham que expor suas mercadorias em lonas, praticamente em cima da lama.

A moderna estrutura que integrou o conjunto das grandes ações de Anilton chamou a atenção de gestores públicos de várias cidades da região, que vieram a Paulo Afonso conhecer a inovadora feira coberta.

Passados oito anos, em 2020, a gestão atual iniciou uma obra de ampliação da praça de alimentação, com a promessa de ofertar maior espaço e mais comodidade aos comerciantes e frequentadores, mas, por razões desconhecidas, os serviços foram interrompidos poucos meses depois. De lá para cá, a pequena obra chegou a ser retomada por pelo menos duas vezes, e agora, reiniciada de novo, com a previsão de conclusão para o início de 2024. Mas de repente, aconteceu uma nova interrupção, e dessa vez, por determinação do 15º Batalhão de Bombeiros Militar.

Segundo funcionários do mercado, após uma inspeção feita pelo Corpo de Bombeiros, foram constatadas diversas irregularidades. O fator determinante para a interdição da obra teria sido a ausência de equipamentos de segurança.

Em reportagem publicada recentemente pelo jornal A Tarde, a vereadora Evinha Oliveira (Solidariedade) questionou um aditivo de R$ 300 mil reais destinado pela Prefeitura para conclusão da referida obra. A obra está parada, a população não sabe onde o dinheiro foi aplicado, e até agora, a Secretaria de Infraestrutura não se pronunciou sobre o assunto.

Mas a interminável obra de ampliação da feira coberta não foi o único alvo da visita dos bombeiros. A inspeção prosseguiu no 2º piso, onde funcionam pequenas lojas de confecção, lanchonetes e restaurantes, e descobriram um grande número de ligações elétricas feitas a partir da rede geral do mercado com risco iminente de curto circuito que poderia provocar um incêndio de grandes proporções.

Segundo os lojistas, as ligações foram feitas por eles próprios, depois que cansaram de esperar por uma solução que parece estar muito distante de chegar. Eles afirmam que há anos vêm solicitando da administração do mercado, um projeto de ligações individuais para cada box, mas nunca obtiveram resposta e cada um resolveu fazer sua própria instalação no estilo “gato”.

Por medida de segurança, a administração do mercado mandou desligar todas as ligações irregulares, e justamente no auge do calor de mais de 40 graus que tem castigado Paulo Afonso todos os dias. Os únicos setores que não foram afetados foram os de restaurantes e laticínios, por possuírem ligações próprias.

Alguns comerciantes ouvidos pela reportagem preferiram não gravar entrevistas, mas disseram que estão solicitando à Coelba, ligações provisórias, por 30 dias, tempo estimado para a Prefeitura concluir o orçamento e em seguida lançar um processo licitatório para fazer as instalações corretamente. A dúvida agora é sobre os custos do fornecimento de energia. Ninguém explicou ainda se cada ponto terá seu próprio medidor ou se a Prefeitura vai assumir a despesa. Vale lembrar que já é cobrada uma taxa pelo uso dos espaços.

A discussão continua, as dúvidas também, e pelo visto, a solução do problema não virá em curto prazo, mas o que os lojistas esperam é que o processo seja agilizado para não serem prejudicados nas vendas de final de ano.

 

 

Por Washington Luís

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