PAULO AFONSO– Há no entorno do prefeito em exercício, Marcondes Francisco (PSD), candidato de Luiz de Deus à sua sucessão, uma preocupação maior do que a perda de tração econômica, cujo único culpado – erradamente- costuma ser o governo e superior à preocupação com o avanço da oposição na preferência do eleitorado; para este grupo, o que pode tirar a vitória de Marcondes em 24 é o racha interno que, neste momento, divide a prefeitura entre “os de Luizinho” e os de “Marcondes”.
“Quando o seu adversário é conhecido, você sabe se proteger, mas quando ele está no seu seio, você fica vulnerável”, comentou um interlocutor de Marcondes, ao Painel, reservadamente.
A especulação maior na prefeitura é sobre a permanência de Luizinho no grupo, caso Luiz de Deus permaneça afastado. “O governo vai chegar para a campanha extremamente desgastado, e ainda ter que enfrentar brigas internas, vai ficar muito difícil vencer desse jeito”, afirmou outra fonte, também em caráter reservado.
Durante o evento da assinatura para a ordem de serviço no Ruberleno, pela manhã, Luiz Humberto não compareceu. Chegou depois, no Moxotó, quando Marcondes gravava um vídeo sobre a obra nas duas águas.
Os dois trocaram algumas palavras, mas o clima está muito longe da chamada “unidade” propagada nos discursos para inglês ver.
Na Câmara, um vereador governista assegurou que rompe na mesma hora que Luiz de Deus voltar – se voltar-, e disse o porquê. “Soubemos agora que são mais de 60 funcionários na prefeitura que recebem muito bem e ninguém sabe o que fazem”, dito de outra forma: os fantasmas. “Desse jeito não tem como você continuar apoiando uma desorganização dessas”, acrescentou o vereador.
O governo ficou sem nenhuma margem para tropeçar. Só resta continuar o casamento à base do ódio mútuo, mas garantindo a governabilidade, ou declarar guerra na qual todos vão perder. Inclusive os fantasmas.