PAULO AFONSO – A sucessão natural seria o ex-prefeito Anilton Bastos (PV). Porém, as mágoas dele em relação ao prefeito Luiz de Deus (PSD) a quem atribui ter maquinado a rejeição de suas contas referentes ao último ano do seu mandato, são insuperáveis.
Quem foi testemunha ocular da história, passada em 2018, sabe que Luiz de Deus não se meteu na votação, lavou as mãos e deixou a cargo da presidência da Câmara, à época, Marcondes Francisco (PSD) – que assistiu a tudo sem mover um dedo na questão.
Articulador nato, Marcondes foi de uma frieza irreconhecível ante a angústia dos aliados de Anilton, resumidos a dois vereadores: Marconi Daniel (PV) e Bero do Jardim Bahia (PSB).
Jean Roubert (PSD) então vereador em transição entre governo e oposição, acordou com dez vereadores que tiraram o ex-prefeito do jogo, e foi dormir sem nenhum. Perdendo na sequência a eleição para a presidência da Câmara, com apenas um telefonema da fazenda de Paulo de Deus para Macário. Daí por que Anilton sente cheiro de traição e não perdoa.
Sem Anilton para trazer um nome consensual, Marcondes na condição de vice-prefeito, toma a dianteira. Nos últimos dias participa até de aniversário de boneca na tentativa de parecer participativo nas redes sociais.
O engajamento do vice tem lhe rendido críticas de companheiros. “Marcondes agora se passa por esse papel ridículo, vai até a credores para não ver o governo parar de vez”, disse um emissário amigo do vice, a esta jornalista, na condição de anonimado.
Mesmo já tendo levado um olé de Marcondes, o médico Carlos Tenório não perdeu a esperança de uma revanche. Na última semana foi recebido com um bolinho de aniversário que causou indigestão no “Conde”. Luiz de Deus não esconde que gosta muito dele, mas em se tratando de sucessão gostar é pouco. O passo adiante seria trazer Tenório para a gestão e lhe dá confiança. Isso o prefeito fez justamente a Marcondes.
Cobra criada na política, o vereador Pedro Macário (União), tem mais que a boa amizade do prefeito, tem sido uma pessoa da mais estrita confiança dele. A campanha seria um repeteco de 2020 com questionamentos em torno da sua idade, felizmente avançada para a empreitada.
Azarão, mas simpático, o secretário de Saúde, Adonel, faz um contraponto em muitos aspectos aos nomes citados. As chances dele são mínimas, mas há possibilidades.
Se o governo melhorar os candidatos vão se empolgar e começar a campanha para se cacifar, do contrário, são quatro nomes para abraçar os afogados.