PAULO AFOSNO – Nos bastidores, o vereador Marconi Daniel (PV) contava com um número bem superior de votos contrários à proposta de emenda à Lei Orgânica do Município nº 003/2022 que, no fim das contas, servia ao propósito de reconduzir o atual presidente da Casa, Pedro Macário (União) para o 3º mandato.
Daniel, junto aos colegas de oposição, segurou a onda de vereadores escorregadios, mas escapou o voto de Keko do Benone (Avante) incerto até o momento da votação. O certo é que, com a reprovação da emenda, todos eles têm poder de barganha para a próxima presidência.
A vereador, convicto da derrota do governo, enfatizou a importância de haver alternância de poder, lembrou que teve projetos recusados sob argumentos de inconstitucionalidade e revelou que até o procurador [Montalvão] avisou que “era inconstitucional”.
“O projeto é uma promessa política do ministro da prefeitura – genro do prefeito – nós somos um Poder independente, estamos aqui para legislar, não é possível que eu tenha que mais uma vez colocar a Justiça aqui dentro. O poder precisa de sua devida alternância”, disse Marconi.
“A sociedade não pode perder a credibilidade em nós”
Daniel alertou os colegas para que não passassem o vexame de aprovar uma proposta de tamanha inconstitucionalidade só para agradar ao prefeito. “O senhor já contribuiu Macário e agora eu preciso mudar a Lei Orgânica para o senhor continuar, não, isso é inadmissível, não pode de forma alguma.”
Em outras palavras: ainda tem jogo. “Eu voto ao lado do povo e em favor da alternância de poder”, concluiu Marconi Daniel.