PAULO AFONSO- Alguém poderia dizer que o vereador Marconi Daniel (Podemos) exagera quando fustiga a gestão do prefeito Luiz de Deus (PSD), no tocante ao Hospital Nair Alves de Souza. Seria desejável que fosse apenas exagero, porém, a realidade sustenta o discurso do vereador. Os exemplos saltam aos olhos.
O que aconteceu com a dona São Pedro de 96 anos, na última semana, que estava com um fêmur fraturado internada no hospital, expôs a decadência, a calamidade e irresponsabilidade das autoridades públicas com o tamanho do problema.
Marconi Daniel denunciou que a senhorinha só teve morfina aplicada na veia, porque o Nair recorreu à UPA.
“A família [de dona São Pedro] teve que comprar a Losartana, está comprovado pela nota fiscal; a parte médica não tem culpa, faz o possível, o problema é o administrativo.”
Daniel disse ainda que a ambulância que veio pegar a idosa era uma “comum”, “Era de manhã, e sabe por que?, porque a prefeitura não paga às empresas de remoção, então quando foi próximo à meia-noite, chegou uma UTI-móvel para levar dona São Pedro, e não tinha morfina, usaram o da ambulância.”
Ainda sobre o Hospital, um funcionário da prefeitura disse ao vereador que está com um parente internado, e precisou levar papel higiênico. “Ele está com a mãe internada, e é absurdo a falta de tudo, de papel higiênico à roupa de cama.”
Lembrando que o orçamento do Nair, inacreditavelmente consome mais de 3 milhões de reais por mês do orçamento da Saúde.
“A gente vê no dia a dia o sofrimento das pessoas. A precariedade do Nair é física e de insumos – que é pior.”
Marconi Daniel diz que faz a parte dele, e lembrou a audiência pública com a bancada de deputados da Bahia que haverá na Câmara Federal.
“A troca é a vida humana, eu chamo vocês para que quarta-feira (19), seja o dia da esperança, que a gente tenha um Hospital Federal em Paulo Afonso.”
O vereador assim como os colegas de oposição avisou que encaminhará à Câmara o assunto da CPI.
“A CPI será instaurada, a gente tem que mostrar ao povo de Paulo Afonso que há irregularidades, quem dever que pague”.