PAULO AFONSO – O argumento principal da prefeitura quando houve a troca da Vitran pela Atlântico, há quase quatro anos, uma verdadeira batalha judicial, era de que a antiga empresa não correspondia mais às exigências da lei. Os ônibus estavam sucateados [a maioria] quebravam muito etc e tal.
Eis que a Atlântico chegou com sua frota estralando de nova desfilando pela cidade e convencendo também o usuário do transporte coletivo de que a prefeitura tinha razão. Agora, surpreendentemente, também por ser véspera das eleições, a empresa leva os ônibus de Paulo Afonso e deixa uma frota velha, afrontando a população com desconforto, e colocando no lixo as exigências contratuais para que ela detenha a concessão da linha urbana.
Cumpre a prefeitura falar muito grosso com a Atlântico, do contrário, comprou gato por lebre, sendo que a conta, neste caso, como em tudo no serviço público, quem vai pagar é a população.
Cléston Andrade, secretário de Administração e seu assessor jurídico, Adilson, falaram mais cedo à reportagem da Delmiro FM, e disseram que já procuram uma alternativa caso a Atlântico tente o engodo, como aparentemente faz agora:
“Na verdade fomos pegos de surpresa [Thiago], na quarta-feira passada soubemos que a empresa Atlântico estava fazendo toda a substituição da sua frota veicular; de prontidão montamos uma equipe e fomos até a empresa, com uma notificação, dando um prazo de 48 horas para que ela nos explicasse a razão dessa substituição repentinamente, e sem aviso prévio ao município. Isto além de quebra de contrato caracteriza má-fé da própria empresa”, disse o secretário.
Cléston disse ainda que já deixou o outro município alertado sobre o procedimento da Atlântico, “porque deve ser uma característica dela fazer isso”.
O advogado foi taxativo quanto a quebra de contrato:
“A empresa se comprometeu a fornecer uma frota que oferecesse conforto ao usuário; como a regra contratual foi quebrada, esses ônibus não oferecem conforto aos passageiros, a empresa já foi notificada, deve apresentar a defesa, e em não havendo a reposição dos ônibus haverá uma abertura de um procedimento administrativo para apurar essas irregularidades, a empresa apresenta sua defesa, e a partir daí, não havendo a reposição ela sofrerá as penalidades, contratuais e legais.”
O secretário não descartou que possa haver “movimento político”, para prejudicar Luiz de Deus.
Convém a prefeitura ser mais clara sobre a quebra de contrato e possibilidade de uma nova licitação.