Eleições 2020: Flávio Henrique vice, de novo?

PAULO AFONSO- Se for confirmado mesmo o vice-prefeito Flávio Henrique, presidente do Diretório Municipal do Podemos como vice de Anilton, significa que nenhuma estratégia que o grupo tentou para vencer as eleições vingou.

E olha que Anilton aceitou muita coisa. Abriu-se ao diálogo com o antagonista Raimundo Caires (Progressistas), e foi manso com os ataques infames desferidos por Mário Galinho (SD). O problema residia exatamente nisso: ter oponentes políticos como uma raça a ser extinta, como inimigos e não somente como adversários.

Não foi possível, dado esses anos de política agressiva, passar a borracha no passado e fazer de conta que o dia amanheceu diferente, com pessoas mudadas. A coisa era de tal sorte frágil, que sobressaindo à dificuldade, o velho e sempre espírito guerrilheiro veio à tona. A metralhadora giratória agora vem contra tudo e contra todos. Ocorre que, tanto mais apedrejador for o candidato, mais vidraça se torna.

Notem: uma chapa puríssima como se desenha a do Podemos, até pode dar certo, quando há uma vantagem incontestável do grupo ante os adversários. Quando uma gestão – porque geralmente se tenta assim na condição de situação-, goza desse cenário, o que não é o caso.

A escolha do vice, que se diga, só não foi um problema para Mário Galinho porque este vem com uma proposta  de renovação. Como apresenta, aparentemente, uma ruptura no sistema, ele optou por um vice recém-saído do PT, sem que este tivesse apoio nem mesmo de uma franja petista. E daí?, ambos são mesmo fora do padrão vigente.

Portanto, nesse particular, Anilton sofre do mesmo mal que acomete os concorrentes, porém com um grau a mais de dificuldade: entre o ruim e o péssimo, escolher o pior.