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Paulo Afonso-BA, 25 de abril de 2025

Eduardo Henrique: “Não sou corrupto, não forjo provas, trabalho”

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PAULO AFONSO – Em oito meses gerindo a Delegacia Territorial de Paulo Afonso, o caruaruense de 41 anos, Eduardo Henrique, há apenas 4 anos como delegado [oito de Polícia Civil], conseguiu um feito: mudou o roteiro e redirecionou a operação da PC no combate à criminalidade utilizando os bons polícias da DT, tecnologia e diálogo com a mídia.

Café da manhã do dia dos pais para a equipe chefiada pelo delegado Eduardo Henrique.

O resultado colhido em pouco tempo é o apoio da comunidade ao seu trabalho, e consequentemente o aumento de credibilidade da Polícia Civil.

“Eu me considero uma pessoa bem humana, sabe, acho que herdei isso do meu pai. Até os meninos aqui brincam, não querem que conversem [os detidos] primeiro comigo, porque dizem que eu tenho um coração de manteiga; eles como estão no dia a dia sabem que se trata, geralmente, de pessoas bem erradas, mas eu tendo sempre a acreditar no que me dizem”, disse o delegado sobre sua personalidade.

Eduardo conversa com o Painel.

Outro detalhe: “Eu ando despreocupado, nunca você vai me ver entrando no carro olhando para os lados, assustado. Eu não sou corrupto, não forjo provas – pode ser o maior traficante-, se for preso com um cigarro, é um cigarro, e não gosto de agressão, a não ser que venham para cima de mim, e por isso ando tranquilo e até já caminhei desarmado, agora é que tenho um pouco mais de atenção. ”

Eduardo tem o apoio de dois delegados na coordenação dos trabalhos, Juliana Fontes e Leon Nikias, uma boa equipe de investigadores e funcionários motivados.

O primeiro ponto a ser observando no trabalho dele foi reorganização da própria DT.

“A minha equipe é bem interessada, e um interesse sem contrapartida. Porque se ele for parar para analisar, vai ver que a situação é igual para todos, então vai se prestar a somente registrar a ocorrência. E aqui todos correm atrás; nós não cruzamos os braços, não tem como, pelo sistema, os investigadores terem qualquer vantagem, eles fazem porque, como eu, eles gostam. A gente organiza a folga para compensar. ”

Polícia e mídia

“A lógica seria que a Polícia Civil não aparecesse. Mas aí a coisa evoluiu para tal ponto que quem trabalha e quem não trabalha ficam na mesma coisa, por isso tive a ideia de divulgar. Por exemplo: quando eu restituía coisas simples às pessoas, como um botijão de gás, tirava uma foto, e isso me aproximou muito da comunidade. Ganhei credibilidade, e aqui eu sinto o apoio e evolui para filmagens. Não quero passar a falsa ideia de que consigo tudo, mas me dedico e temos interesse em resolver.”

De acordo com o delegado, Paulo Afonso ainda tem certa vantagem frente a outros municípios:

“Eu dividi com os investigadores, uns, para mandado de prisão, outros, crimes contra o patrimônio, e homicídio, há um grupo contra o tráfico. Temos incidência de tráfico, mas ainda não é tão forte, porque eu acredito que ainda não tenha sido instalada uma facção. Como temos em Ribeira do Pombal. Esse pessoal tem tendência de se expandir e nós temos que coibir. E nesse ponto eu destaco a boa presença e o excelente trabalho da Polícia Militar.

Tanto sucesso em tão pouco tempo não atraiu ciúmes?, como é sua relação com os colegas?, com a regional?, o senhor tem liberdade para trabalhar, ou já sentiu algum tipo de pressão?

Não. Ao contrário. Dra. Mirela [delegada regional] dá total apoio porque querendo ou não nós estamos levantando o nome da Polícia Civil, né, isso é importante para ela e para a instituição. Com os colegas eu tenho pouco contato.

Em relação aos casos sem solução como o assassinato de Dona Ivente, entre outros, há alguma novidade?

Eu estou analisando as circunstâncias desses crimes. Crimes também que envolvem a suspeita de agentes de segurança pública, já remeti mais de 15 processos; o de Dona Ivete ainda não foi, mas fui cobrado pela comunidade e vou parar para analisar.

 

Há também o assassinato do empresário Saulo, ocorrido dentro da pousada, cujas pistas pareciam levar rapidamente à prisão dos suspeitos.

O mandante nesse caso, traz uma pessoa para executar que nunca tenha vindo à cidade. Porque na imagem as pessoas achavam que já tinham visto a pessoa. Eu evito dar detalhes para que não se repita, mas foi um crime muito estudado. A placa do automóvel que foi queimado era de uma senhora de Aracaju, mas tudo foi checado, e soubemos que foi clonado. Me chamou atenção que ele, a vítima, andava com colete, e estava tranquilo.

Crimes de mando são sempre os mais difíceis?

Não. O mais difícil é se envolver gente do estado.

Eduardo finalizou a entrevista ao Painel dizendo que fica triste quando alguém se queixa porque precisa ir a uma delegacia.

“Minha intenção é fazer da delegacia um lugar que as pessoas não sofram em ter que vir aqui, isso é muito desconfortável para mim. Eu tento fazer um atendimento humanizado. Há necessidade de melhorar algumas coisas aqui, e a gente vai correr trás.”

Eduardo Henrique.

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