PAULO AFONSO – O secretário de Saúde, Ghiarone Garibaldi reuniu agora pela manhã a enfermeira chefe da UPA, Larissa – com suas assistentes-, e farmacêuticos para uma visita técnica na unidade que ganha os últimos preparativos para atender pacientes com Covid-19, de uma microrregião que compreende cerca de 250 mil pessoas.
Inicialmente a UPA abrigaria dez leitos de UTI, mas o governo do estado redistribuiu os leitos para que a unidade se tornasse um centro de triagem com apenas três leitos de UTI e mais de enfermaria.
O secretário da subprefeitura do BTN, Luiz Humberto, presente à visita, explicou que a decisão do governo foi há pouco dias e precisou que a prefeitura agisse com muita celeridade para preparar o Nair. As obras estão a todo vapor.
“Já estávamos com tudo pronto e foi preciso mudar tudo, mas todos os equipamentos estão disponíveis aqui”, salientou Luizinho.
Na avaliação de Ghiarone, os primeiros casos – que somam hoje três-, chegaram com o time treinado e a estrutura pronta.
Será possível fazer os testes rápidos nas pessoas que tiveram contato com os casos positivos de coronavírus?
O estado nos enviou uma quantidade pequena de testes, mas que dá para a gente usar, testar alguns profissionais de saúde; então nós já estamos fazendo uso principalmente em relação a esta rede de contaminação que se estabeleceu com alguns positivados. Nós estamos traçando essa rede de contaminação e estamos testando.
O resguardo estabelecido em Paulo Afonso que possibilitou um mês sem casos, foi suficiente para o município se estruturar, esse tempo foi ganho?
Nunca é suficiente. Mas ganhamos bastante tempo que deu para que fizéssemos tudo isso que você está vendo [a estrutura da UPA] e vamos trabalhar proximamente dentro do espírito do isolamento e de cuidar dos pacientes com Convid-19, isso com extrema técnica porque ganhamos esse tempo para preparar a equipe que hoje está aqui para tomar conhecimento. Se fosse precisar usar todo mundo, terímos hoje 120 profissionais entre médicos, enfermeiros, farmaceuticos etc, mas isso não será necessário.
Na sua avaliação por que as pessoas entraram em pânico quando souberam do 1º caso positivo do Covid-19?
Em função das medidas todas que foram tomadas, esse bloqueio que nós fizemos, ninguém acreditava que isso fosse acontecer, era como se tivesse tudo normal. Mas eu avisei desde o primeiro momento, certo?, que inexoravelmente isto iria acontecer aqui e estaríamos preparados. Aconteceu e estávamos preparados. Houve em um ponto algum ruído e não fomos plenamente eficientes, mas nos outros casos temos plena eficiência. É o que eu digo, não tínhamos nenhuma experiência com isso e quando acontece é como se fosse o fim do mundo, mas mantivemos a calma necessária e a equipe soube trabalhar porque foi treinada para isso.
Em relação à empolgação dos profissionais de saúde, que estão querendo começar o trabalho, alguma reserva da sua parte?
Eles viram que a gestão municipal, doutor Luiz, fez o possível para que eles sejam preservados. Você viu lá a nossa área limpa [onde profissionais vão fazer a higienização] é um modelo, fizemos em um mês; vamos ter aquela nuvem para descontaminação etc.; e sem querer ser pessimista, a gente já espera que algum profissional de saúde vai ser contaminado nessa história, porque não tem jeito. Vai haver algum jeito, algum deslize que é quase impossível de não acontecer, mas estamos tentando evitar de todas as formas.
Um comentário
Não existe vantagem transformar PA num grande centro de tratamento para toda a região. Nossos profissionais de saúde estarão mais expostos sem falar que são vetores de transmissão para suas famílias e a população.