PAULO AFONSO – O atual secretário de Indústria, Turismo e Comércio, foi empregado alguns minutos depois da apuração do pleito de 2016, quando o prefeito Luiz de Deus (PSD), eleito por diferença apertada para o irmão Paulo de Deus, ficou surpreso com a seu não retorno à Câmara Municipal.
Regivaldo, então se dedicara mais à eleição de Luiz que a dele mesmo. Avalia. Por isso o convite foi natural e aceito de imediato. Mas ficou a lição, “À noite ele [Luiz de Deus] Regivaldo o que foi que aconteceu?,’ ‘doutor, política é assim mesmo. A gente foi surpreendido, eu espera uma votação ainda maior’, porém nos últimos 15 dias várias lideranças minhas disseram que iam dividir o apoio, porque eu estava muito bem, e nós facilitamos”, conta Regivaldo sobre seu entendimento com Luiz de Deus.
Regivaldo conversou com o Painel, há cerca de um mês, na eminência de deixar a secretaria, para disputar o que será seu 6º mandato como vereador, antes de haver o surto desta pandemia de coronavírus cujo calendário eleitoral pode sofrer alteração.
Portanto, conversamos sobre a política neste intervalo, mas continua válida a avaliação de Regivaldo sobre sua derrota, na eleição passada e o que ele pensa sobre os apelos do eleitorado para que a Câmara tenha renovação do quadro.
Houve quem creditasse sua derrota no pleito passado ao fato de o senhor ter apoiado uma gestão que contrariava sua posição política [ de oposição e à esquerda, Regi então era vereador do PC do B, passando depois para o PT].
O grupo de Anilton [ex-prefeito] se aglutinou ao governo do estado antes da minha decisão. E todo o grupo migrou para uma aliança com o governo do estado, então eu era o único vereador do partido que estava discordando de uma aliança formal. Conversando com os deputados do partido, eles me orientaram no sentido da unidade com quem está compondo com o nosso governo. Não atribuo a isso ter perdido a eleição, mas a continuidade de vários mandatos que inevitalemente acumula desgaste. A própria gestão da Câmara dá segurança, muita gente acha que eu á tinha uma eleição garantida, e dizia que ia dividir [votos] porque eu estava muito bem aqui, e tal, isso é terrível, porque política não é assim, ninguém está muito bem até a abertura das urnas. Então houve excesso de confiança, resumindo.
Como o senhor ver essa onda crescente de renovação que choca com uma proposta como a sua ou de Petrônio [ex-vereador], que veem de outros mandatos?
Encontra ressonância em parte da sociedade. Não se pode desprezar isso. Mas eu estava num debate numa emissora de rádio e disse que o que estava em jogo não é a idade. Eu conheço pessoas idosas irresponsáveis e corruptas, conheço jovens irresponsáveis e corruptos, então se mede é a seriedade e história de cada um. Por onde passou houve denúncia?, houve roubo?, trambique?, o que houve?, qual é a história dessa pessoa, é isto que tem de ser tratado. Eu acho que tanto o jovem como o não jovem precisam ter a vida avaliada. Então, poderíamos dizer: quem acreditava que Luiz de Deus poderia fazer uma administração voltada para o novo e à modernidade da cidade, então as obras modernas estão aí. Isto não significa excluir o jovem, ou a mulher. Pelo contrário, é fundamental a participação de mulheres no Parlamento, na administração pública, mas a gente sabe que a grande maioria observa a integridade de quem disputa um cargo eletivo.
Um comentário
Concordo em número e grau com tudo que disse o ex colega vereador Reginaldo Coriolano.