PAULO AFONSO – Alguns políticos creditam a virada do Progressistas, que deixou um tipo de acerto com o pré-candidato a prefeito Anilton Bastos (Podemos), para lhe indicar um vice, ou simplesmente compor aquele grupo político, visando o conjunto da obra – ao ex-deputado federal Mário Negromonte.
“Mário [pai] nunca aceitou isso. Tava na cara que ele tentaria uma alternativa com Raimundo Caires”, disse ao Painel, um aliado do Progressistas, na condição de sigilo.
Por seu turno, Raimundo Caires, também ‘meio apalavrado com Anilton’, numa situação de ser o vice, caso não fosse bem nas últimas pesquisas, nunca o fez de coração, por assim dizer. Anilton foi o sucessor de Raimundo, e ninguém que o acompanha esquece o que foi feito na primeira sucessão.
Eis que olhando bem, os acordos estavam amarrados num fio de cabelo. Bastou sentir que a filiação de Caires caiu bem no gosto do povo, auxiliado pelos vereadores Jose Carlos Coelho e agora, Zezinho, que o Progressistas criou asa.
Juntou-se a fome com o desejo de comer. Ainda que, vá lá, ninguém a essa altura despreza qualquer partido que queira “se juntar”, mas está claro que, as condições para uma futura aliança, mudaram de lado. Em outras palavras: o Progressistas passou de assistente a coadjuvante. 1 x 0 Mário Júnior.
“Estamos observando essa tendência de Caires, ele sabe fazer campanha, antes não tinha partido, agora com um partido forte, está muito competitivo”, avaliou um olheiro do grupo de Luiz de Deus que vem monitorando a ascendência do ex-prefeito com pesquisas de avaliação interna.
Ainda de acordo com o espião, o que agrada em Caires é o fato de ele ter projetos, e dizer o que fez, em vez de apenas atacar. “Pode observar que Raimundo não perde o tempo dele atacando, ele gosta de falar como fez sua gestão, isso agrada o eleitor mais conservador. Vai ter sempre aquele que gosta da baixaria, mas uma parcela mínima”, considerou a fonte.
Há pouco, Caires avaliou também que seu desempenho nas redes sociais não é ruim, e disse que nesse período em que sua pré-campanha respeita a quarentena, vão procurar outra forma de interagir com o público.
Se pode concluir o seguinte: no tempo em que se fala em renovação na política, quem dá as cartas [de forma acertada] são os velhos.
