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Paulo Afonso-BA, 29 de março de 2024

Em entrevista exclusiva, Ana Clara fala de perseguição política, orçamento bloqueado e revolta de assistidos “Fiz o que pude”

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clara

PAULO AFONSO –  A alagoana de Penedo, Ana Clara Moreira Bastos Pereira, conhece as entranhas de Paulo Afonso pela via que a pequena parcela abastada da população, desconhece e/ou sequer imagina que exista: a pobreza.

A ex-primeira-dama, assumiu há 11 anos a Sedes, tradição antiga em certas regiões brasileiras que têm nelas a gestora da assistência social. Segundo Clara, de início, não aceitou a empreitada porque não se sentia preparada. “É uma secretaria muito grande, eu digo sempre que é uma subprefeitura; eu dizia que não dava conta. Chorei muito, e eu digo sempre que aprendi mais que ensinei. ”

Ana Clara procurou a especialização, fez pós-graduação, mas diz que foi a praxe quem a ensinou tudo. “O serviço público ensina tudo a gente, porque você se coloca ali, vê os problemas e dentro do que você tem e pode se coloca para oferecer o melhor. ”

Longe da pasta há quase dois meses, após uma dispersão anunciada do marido, o ex-prefeito Anilton Bastos (Podemos), deslocado da gestão de Luiz de Deus (PSD), e na eminência de ter outra gestora, Clara abre o jogo sobre seus últimos meses de gestão, fala das dificuldades enfrentadas pela equipe, de perseguição política e encerra a entrevista desejando sorte a Cintia, ou quem vir a comandar a Sedes “Eu desejo sorte porque estou pensando no povo assistido para não que fique sem aquilo que é de direito.”

O encontro comigo aconteceu durante a entrega do Título de Cidadã Pauloafonsina à delegada Juliana Fontes, e a presença de Clara era esperada por Juliana, pela amizade e principalmente pela parceria.

“O Conselho Municipal da Mulher foi fortalecido comigo. Não me recordo o ano, mas foi logo depois da chegada de doutora Mirela, depois com doutora Lígia e agora Juliana. Então todo esse entendimento que a Sedes teve com a Deam permanence porque se não formos parceiros não há como a delegacia andar, perceba: temos funcionários, campanhas e praticamos atividades em comum.

Acompanhe na íntegra a entrevista exclusiva ao Painel:

A senhora ainda fala com o verbo no presente. Por que resolveu entregar seu cargo?

Eu encontrei sérias dificuldades no governo atual [Luiz de Deus] de executar meu trabalho. Dificuldade para assinar processo, dificuldade por não ter esse entendimento da política. Dentro do que eu tinha, do cofinanciamento [o recurso repassado pelo governo do estado e federal] eu continuei, dei andamento aos projetos, serviços e ações, mas chegou o momento de eu precisar do recurso municipal, por exemplo: eu fiquei mais de um ano sem ter material de construção, então foi complicado demais trabalhar, porque eu tenho [veja eu falando no presente] uma camada de pessoas muito carentes, e situação de urgência como ocorreu no Siriema, eu secretária sem ter como dá aquelas pessoas aquilo que é direito delas.

Como a senhora explicava isso à comunidade?

Eu não entendia porque o material não estava sendo liberado, eu falo com honestidade, até hoje eu não sei. Porque isso sempre aconteceu, inclusive a lei específica para essa concessão foi comigo à frente, aprovada aqui na Câmara, os trâmites todos legais, eu poderia fazê-lo, e esse tempo todo parado. Foi um grande prejuízo a essa população carente. Me deixou triste e procurei trabalhar com o que eu tinha, acabei distribuindo cestas básicas.

Esse período coincide com uma grande crise também e corte de recursos.

Sim, porque no governo Lula, as famílias que recebiam o benefício do Bolsa Família, chamava-se Superação da Pobreza, quando Temer assumiu ele não tirou o benefício, mas diminuiu e o governo federal não considera se você tem um idoso em casa, se compra medicamento e fralda, ele faz os cálculos em cima do número de pessoas, então muitos perderam o benefício e sobrecarregaram o nosso sistema. Lula dizia uma verdade, o governo dele tirou muita gente da extrema pobreza, e essas pessoas voltaram.

Qual é a área mais pobre de Paulo Afonso?

Não tem uma área mais pobre, você vai ver percebendo que os problemas se distribuem. São várias regiões com famílias vivendo em extrema pobreza, isso significa que vai ter aquela numa casa de papelão, mas nos bairros em casas melhores há também muita miséria porque muitas dessas famílias sobrevivem só do Bolsa Família. E eu defendo esse programa porque chegamos a 13 mil famílias, e quando eu cheguei tínhamos 7 mil. Entenda assim, não cresceu o número de famílias pobres, nós os procuramos e os incluímos no sistema. Nós investimos em publicidade eu pedia a minha coordenadora que ficasse direto no rádio e compramos um ônibus para rodar nos bairros mais necessitados, íamos às escolas e conseguimos esse número.

Com essas intemperes e falta de recurso, a senhora deixou alguma programa inconcluso? 

Eu deixei muita coisa encaminhada, como o Dia das Crianças, que ficou pronto. O projeto Natal Social ainda íamos começar; eu tinha outro projeto para ampliar a equipe do Creas, porque vínhamos percebendo o aumento da violência contra o idoso – o projeto ficou no e-mail das coordenações; a abordagem de rua, ficaram vários, porque a gente executa o que existe e pensa no que pode fazer para melhorar, agora mesmo estávamos ampliando o Estação Juventude, porque a demanda com o jovem é enorme e nós queríamos uma extensão para o BTN, lá eles estudam e tem várias atividades, ficou tudo. O que pude eu fiz.

A senhora é sondada para ser candidata a vice-prefeita de muitos políticos, ou até à prefeita, vais disputar?

Eu escuto, as pessoas veem falar comigo. Mas eu nunca pensei. Eu sou muito sincera, faço tudo sem pensar no pode acontecer, se vou ganhar alguma coisa com isso. Eu penso no que eu posso fazer pelas pessoas, porque quando você é secretária ou prefeita, você concentra muito poder nas mãos e isto pode ser usado para o bem ou para o mal; eu acho que esse poder pode ser o caminho mais curto para melhorar a vida das pessoas, aí você se contagia.

É a fala de uma pré-candidata.

Não, não. Eu nunca pensei em ser, mas eu vou pensar, nesse momento eu sai da prefeitura, eu penso em fazer um projeto social, não vou ficar parada, até porque eu sou assistente social, quero fazer projetos para a minha cidade, gosto muito e sei dos problemas sociais, o que acontece nas famílias, o que tem lá na Barroca, no BTN, no Siriema, a gente sabe as características de cada bairro. As coisas positivas também.

Enquanto estávamos no salão a senhora foi aplaudida, como é o comportamento do povo?

Ivone, eu estou surpresa. É muita mensagem, elogio pelo trabalho, e que coisa boa, é o povo, eles me procuram e me pedem para resolver alguma coisa. Sempre tem alguém com carinho, mesmo de pessoas que eu não conheço. Foram anos de muito trabalho, de muita responsabilidade e de gratificação porque você trabalha para melhorar a vida das pessoas.

2 comentários

  • É VERDADE O QUE CLARA FALOU DA PERSEGUIÇÃO, EU SOUBE ATÉ QUE CÍNTIA MANDOU DEIXAR FECHADA DE CHAVE A PORTA GRANDE DO GABINETE, PARA QUE CLARA TODA VEZ QUE FOSSE LÁ PASSASSE PRIMEIRO POR CÍNTIA PARA DEPOIS IR FALAR COM O PREFEITO. E TAMBÉM AS ASSESSORAS DE CLARA FORAM DEMITIDAS POR CÍNTIA E NÃO PELO PREFEITO, SE PERGUNTASSEM PRA ELE QUEM ELAS ERAM ELE NÃO IRIA SABER,. NA VERDADE CÍNTIA CONSEGUIU TIRAR TODA AUTONOMIA DE CLARA APENAS POR VINGANÇA, ATÉ QUE ELA CONSEGUIU FAZER COM QUE CLARA PEDISSE PRA SAIR, E FINALMENTE COMEMOROU..

  • Quem trabalha na prefeitura sabe que o sonho de Ci… era se vingar de Clara, por ela ter saído da prefeitura quando Dr. Luiz perdeu pra deputado e pelo visto conseguiu. Só que agora a Ci.. tá fazendo miséria na prefeitura pior do que ela dizia que Clara fazia. Por exemplo ela colocou a sogra do filho pra ser Secretária de Educação, sendo que a mulher detestava Dr. Luiz e era uma das seguidoras de Raimundo Caires, empregou a Nora com cargo PA-3 e a família da nora toda, a tia na saúde, primas na sede da prefeitura todas com cargos PA-4 e PA-5, só falta agora os gatos e os cachorros da nora. não posso esquecer de dizer que o carro que a n.. de Ci… usa é locado pela Prefeitura e combustível pago com o dinheiro público. Investiguem se achar que é mentira.

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