PAULO AFONSO – Marcondes Francisco (PSD), líder do governo, esquivava-se de defender assim, cegamente, o projeto enviado pelo Executivo, argumentando que não havia naquelas linhas “os detalhes de como seriam investidos os 80 milhões pedidos pelo prefeito”, deixou então que Jean Roubert (PTB) o aparteasse para, à semelhança do que fizera com a Embasa, matasse a questão no peito [quem mais, né?]
Eis que Jean não se fez de rogado: “Falar aqui é muito fácil, não se faz gestão pública sem dinheiro, sem orçamento… A economia está em colapso e tem que se discutir isso aqui com respeito, e não com pirotecnia e populismo porque a eleição vem aí… Até o discurso de todos aqui, por uma boca só é que Luiz de Deus é honesto, ele é um homem honesto, então vamos garantir a presunção de inocência, porque ele é honesto”, exaltou-se o parlamentar, no calor de duas ou três palminhas da claque que sempre está disposta a tapar o nariz.
Vamos lá: há poucos dias, este mesmo parlamentar queria, fosse como fosse, que se criasse uma comissão para investigar todos os contratos firmados com a prefeitura. Onde estava a presunção da inocência?
Onde residia a dita-cuja quando este mesmo edil, dizia que o prefeito gastava mal o orçamento, que não sabia para onde levava o município e que não ouvia ninguém, porque como sabem, coronel, só escuta ele mesmo. Disse mais: que havia chutado o ex-prefeito Anilton Bastos (Podemos) e ainda os convidou para um, digamos, duelo em praça pública.
E quem está a fazer “pirotecnia” é a imprensa e políticos que sabem muito bem como é a “inocência” de quem está há 30 anos no poder?
É menos populismo a um ano da campanha, anunciar diversas obras, com finalidade bastante específica [vidi Zé de Abel “cada um pediu uma coisa”] do que pensar que futuros gestores vão penar para quitar a pujança de hoje tirando o couro dos contribuintes.
O parlamentar ainda falou em crise?; qual crise?; não faz muito tempo, o procurador do município, Igor Montalvão, disse em entrevista à RBN, que Paulo Afonso não vivia a mesma penúria dos municípios vizinhos, por isso podia pagar o maior salário de prefeito do Brasil a Luiz de Deus, 33.400 reais. Lembrando que, depois veio o genro, o administrador do BTN, Luiz Humberto com 45 mil reais.
Jean deve ter razão, são todos muito inocentes. A começar por ele. É tanta inocência que, quando olhamos mais atentamente, como diz a canção: /é gente humilde/que vontade/ de chorar/.”