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Paulo Afonso-BA, 25 de abril de 2024

“Ser mulher para mim é solução”, diz Rosemery Lisboa pré-candidata à vereadora de Glória

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GLÓRIA–  Rosemery Alves da Silva Lisboa tem 42 anos, nasceu em Campina Grande [Paraíba], e é formada em administração.

Nascida numa casa de nove irmãs e um irmão, a vinda para a Bahia aconteceu quando ela ainda era bem jovem para acompanhar uma das irmãs que então casara em Campina Grande e veio morar em Paulo Afonso. Nas terras de Maria Bonita, conheceu “apenas de vista”, o marido, Laércio Lisboa.

“Na verdade, o namoro começou na Paraíba, em Campina Grande, nessas micaretas que tinham na época. Mas a gente já se conhecia daqui”, relembra Rosemery, que recebeu nesta terça-feira 02, a equipe do Painel, depois de haver grande repercussão, com seu anúncio de pré-candidata à vereadora pelo município de Glória.

“Eu vim de uma família humilde, lá em casa são nove mulheres e um homem. Entre nós, apenas eu a mais nova começamos a trabalhar depois dos 16 anos. Meus irmãos começavam bem mais cedo, quando tinha 12, 13 anos”, conta.

Mãe de um casal de jovens, Rosemery surpreendeu quando revelou que já seria candidata nas eleições de 2016, ficando de fora da disputa por um problema burocrático no partido cuja direção é do marido.

Se disse preparada para enfrentar os críticos e que não vai esmorecer com cara feia. “Eu vou entrar na disputa, vou pedir voto sim, e gostaria muito que outras mulheres fizessem o mesmo, porque nós precisamos de representação feminina.”

Leiam na íntegra, a entrevista dada ao Painel, de seu escritório, em Glória:

Entrevista de Rosemery Lisboa a mim, nesta terça-feira 02.

 

Por que uma mulher formada em administração com negócios bem-sucedidos quer entrar na vida pública?

Há descaso com o povo. Com as famílias, e principalmente com as mulheres que precisam de um atendimento médico especializado. De saúde e assistência social de qualidade, quando a gente ver isso, por exemplo, aqui em Glória, nós não temos um posto médico de qualidade. Se uma pessoa passar mal, você precisa correr para Paulo Afonso, porque o atendimento básico aqui tá fechado, e quando não está, é precário.

A senhora não acha que há muitos limites na função de vereador?

A questão é correr atrás. Ir aqui, e ali, cair em cima do prefeito, de quem for a responsabilidade. Ir buscar o direito.

Qual é sua experiência na política?

Bem, eu já  pedi votos para Gilmar Pereira (PP) [vereador do povoado Olho D’ de Souza], meu sogro, Tertuliano de Souza, já foi prefeito três vezes do município e a família é toda daqui, então eu acompanhei bem um período do mandato dele e já trabalhei na prefeitura nessas gestões, dele e do ex-prefeito Policarpo de Souza. O que acontece é que você apoia um determinado candidato e depois ele some. Para você ter uma ideia, algumas pessoas precisam usar endereços de outros que moram fora para fazer tratamento em Recife, porque não conseguem aqui.

A política não é um terreno fácil, quando se trata de as mulheres conseguirem um espaço as coisas são quase impossíveis. Como a senhora observa isso?

Ser mulher para mim não é um problema, mas a solução. Eu acho que se a gente quer, consegue. Eu estou preparada, minha mãe é uma mulher muito forte e as da minha casa são assim, a gente vai em busca dos objetivos. Uma mulher não pensa apenas nela. Ela ver a família, pensa no outro. Esse ano estamos passando por uma crise grande, mas ano passado ainda consegui fazer a distribuição de cestas básicas no período da Semana Santa e no Natal. Isso mexeu muito comigo, ver tantas pessoas necessitadas.

Há também muitos obstáculos enfrentados, inclusive pelos homens, como o fato de não ser nascida em Glória. Como a senhora encara essas críticas?

Confesso que eu não entendo esse tipo de crítica. Meu primeiro voto foi aqui quando eu tinha 18 anos. Sou casada com um cidadão gloriense, me considero gloriense, porque eu vivo há mais tempo aqui do que passei em Campina Grande com minha família. Tanto eu conheço Glória como as pessoas daqui me conhecem. Conhecem a Mery de Laércio.

A senhora se identifica com algum partido?

Estou em stand-by. Algumas pessoas já estão chegando. Eu sairia candidata na última eleição se não fosse um problema burocrático. Meu marido tinha o PSD, mas não fez todos os procedimentos jurídicos para registrar minha candidatura.

Como as pessoas estão encarando a sua pré-candidatura?

Muita gente chega achando que eu estou de brincadeira. Que eu não estou falando sério. E que estão incertos em dizer que votam em mim e depois eu desistir. Pelo que aconteceu na eleição passada. Mas agora as coisas são bem diferentes. E eu me coloco como pré-candidata.

A senhora deve conhecer a realidade de um vereador, que não sobrevive sem fazer assistencialismo. E sabe que trabalha, em Glória, sem nenhuma verba auxiliar, como será, no seu caso, se conseguir chegar à Câmara?

Se tem uma coisa que me motiva a entrar é poder ajudar as pessoas. Eu sei que não vai dar para ajudar todo mundo. Mas aquela ajuda de você ver alguém muito necessitado, um remédio para comprar urgentemente, a gente não pode ignorar porque é assistencialismo. Se eu sou uma pessoa comprometida preciso usar o meu conhecimento para ajudar; procurar os meios e é isso que eu vou fazer, vou correr atrás. E bato à porta do prefeito, seja quem for. Eu vou incomodar. Porque entendo que um prefeito deve atender a todos e não apenas àqueles que votaram nele.

Falando no prefeito David Cavalcanti (PP), o que a senhora enxerga que seja a maior fragilidade da gestão dele?

Na saúde. Ele deixa a desejar. Na criação de projetos e de agricultura familiar, porque nós estamos num município que é forte na agricultura, mas no meu entendimento falta mais incentivo nessa parte. Glória poderia ter continuado, como havia na Ilha das Flores, aquela pequena fábrica de beneficiamento de frutas, que acabou sendo fechada. Ainda na gestão de Tertuliano tínhamos um laboratório que era referência em exames de tuberculose. Há também a questão dos medicamentos na farmácia básica em que há muitas reclamações e o aparelho de ultrassonografia que precisa funcionar.

O que o grupo dos progressistas fazem melhor, em sua opinião?

Inquestionavelmente houve desenvolvimento. Eles conseguem muitas obras com o governo federal e no estado. Eu destaco o trabalho da equipe do deputado federal Mário Júnior que eu não posso negar o que eu vejo. Eu acompanhei bem a gestão do meu sogro, então do mesmo grupo de Luiz de Deus [prefeito de Paulo Afonso do PSD] e vi a dificuldade aqui. Nunca o ajudaram a trazer nada, mas levavam os votos de Glória. Então eles conseguiram estruturar muita coisa, temos aí o Balneário entre outras obras.

Qual é o seu maior defeito?

Eu sou teimosa [risos].

E a qualidade?

Sou uma pessoa do coração bom. Sou carinhosa, séria, e uma mãe dedicada.

Um comentário

  • A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA POLITICA É MUITO IMPORTANTE APESAR DE NÃO CONHECER MERE PELA HISTORIA DELA PODERIA CONTRIBUIR MUITO COM A CIDADE DE GLORIA, ACHO QUE MERECE UM VOTO DE CONFIANÇA.

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