PAULO AFONSO – O projeto da palma forrageira, vitrine da pasta de agricultura, passou enviesado pela Câmara Municipal, porque a oposição vê no fato de familiares do prefeito Luiz de Deus (PSD) e ele próprio, serem criadores de gado, vantagem indevida.
O vereador Mário Galinho do Solidariedade, disse à época, que o setor tinha outras prioridades. Com sussurros, vereadores comentavam que plantar palma interessa sobretudo, a quem tem gado. É o caso em questão.
A suspeição tem certa razão de ser, mas diante de paralisia na agricultura, o movimento agrada pequenos criadores. Poucos, é verdade.
Em entrevista ao repórter Antônio Carlos Zuca, da RBN, Luiz de Deus disse que a prefeitura adquiriu cinco bois guzerá reprodutores que se adaptam melhor à palma forrageira.
“Nós fomos buscar esse gado, esse reprodutor lá na Paraíba, onde é criada essa raça há uma tonelada de anos, talvez 50 anos [da família Suassuna, que cria, e cria bem essa raça] é um gado resistente à pastagem ruim, e tem uma qualidade no leitinho, vai minimizar o sofrimento desses caras” declarou o prefeito a Zuca.
Ainda de acordo com o prefeito, o gado será soltado nos povoados onde há criação de gado “numa tentativa de melhorar a qualidade do rebanho que eles criam”.
A reportagem não disse como será feita essa “soltura”, nem quais criadores terão direito a ter o reprodutor.
A saber: o irmão de Luiz, Paulo de Deus, é um o maior produtor de leite do estado vizinho, Sergipe. Inclusive, segundo informações dos interlocutores de Luiz, passou a gerenciar as fazendas do irmão por lá.
Até aí, havemos de concordar, tal experiência só ajuda teoricamente a quem produz leite em Paulo Afonso. O que se deve discutir é, se são essas as prioridades para área rural, cuja agricultura familiar, é muito tímida, e tais projetos de irrigação nunca saíram das nuvens.