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Paulo Afonso-BA, 28 de março de 2024

Eleições municipais “Eu farei diferente”, diz radialista pré-candidato a vereador

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O destino do paraibano de Monteiro em sua chegada a Paulo Afonso, há vinte anos, era tão certo quanto os efeitos das “pomadas medicinais” vendidas por ele, cujo anúncio curava um sem número de enfermidades.

Da pomadinha infalível, à capa de celular, chaveiros, retratos, até sua chegada num emprego formal, na rede de lojas Narciso, Alan Leite foi um brasileiro que escapou da marginalidade andando na corda bamba.

Alan conversou com o Painel, neste sábado (04).

Com uma autoestima elevada digna de estudo científico, Leite diz que ouvirá o apelo das ruas e se lançará candidato à Câmara Municipal no próximo ano. Dentre os radialistas com o mesmo intento, é sem dúvida, o que tem mais chances, dado o cheiro de arroz queimado que exalam seus concorrentes.

De freelance em freelance, tropeçando na língua-mãe, a quem adora desafiar, o “nego bom da Bahia”, como gosta de se definir, saiu da porta de uma loja em que anunciava toalhas e lençóis de casal, para comandar o programa de rádio mais ouvido da região, a partir da sua chegada: “Patrulha da Rádio Cultura de Paulo Afonso”.

Sem ressalvas, Alan fala a língua do povo, é popular como a chita da Sulanca, a tapioca da feira. Contudo, daí a ser opção de voto de um município cansado de políticos incompetentes, egoístas e malfazejos da coisa pública, guarda certa distância.

Esse percurso Leite pretende encurtar em menos de um ano, contando, segundo ele, com o apoio do povo.

“Todo comunicador, queira ou não tem aproximação com o Legislativo. Quer por crítica construtiva ou não. Agora uma coisa sou eu me colocar candidato e outra é ser colocado. Se eu tiver os votos de todas as pessoas que me abraçam nas ruas pedido que eu saia, que reconhece meu trabalho, sei que estaria eleito”, contou Alan.

Alan disse ainda que, em sua função de comunicador, já faz assistencialismo mais do que os próprios vereadores. “Prática do toma lá dá cá, em ajudar a população, nem que seja com uma palavra amiga, não só o assistencialismo, e o que me faz hoje ser cotado para a Câmara é o fato de ter pessoas que acreditaram no meu trabalho: empresários, donas de casa, mecânicos e outros por onde eu passo.”

Alan ainda não tem filiação partidária e teme ser enchedor de linguiça, dada a nova configuração eleitoral. Por ora trabalha na comunitária Angiquinho FM, liderando também a audiência por lá.

Todos os comunicadores, sem exceção, que chegaram à Câmara fizeram péssimos mandatos, por que você seria diferente?

Fracassaram porque tentaram sair do rádio – sendo que o rádio não sai de você-, a partir do momento que uma gravata lhe tira daquilo que você tinha de melhor, de sua amizade com o povo, você muda e tudo se acaba.

O poder, o dinheiro e as facilidades não lhe subiriam à cabeça?

Eu sei de onde eu vim. Sei de uma senhora que saia de casa bem cedinho com uma lata d’ água na cabeça, e cocadas para vender, quando voltava à tarde, ficava feliz se vendia a metade, para dar de comer a cinco filhos. Essa pessoa eu temo. Jamais mancharia a honra de minha mãe. Eu sou um cara que passou fome, depois tinha um pão, uma refeição por dia, e hoje tenho um salário mínimo. Se eu tiver condição de ajudar o próximo não cuspiria no prato que comi.

Falando em tantas dificuldades, você se considera um vencedor?

Sim. Fui criado no mundo, sem mãe e sem pai. Mas os poucos momentos que vivi com minha mãe me fizeram homem. Tenho hoje cinco filhos e tudo o que eu não tive passo a eles hoje. Dou o que nunca tive. Sou homem, uma pessoa de bem, um cidadão e, sim, sou realizado.

Por que você se considera “o nego bom”?

Fisicamente você está tendo o prazer de ver como o cara é bonito [pausa para uma gargalhada], mas eu nunca levei isso em conta. O povo é quem diz que o ‘nego é charmoso’.

Todo mundo que é popular experimenta o outro lado, dos desafetos, isto não pode lhe atrapalhar numa eventual campanha. Ou seja, você não tem telhado de vidro?

Essas pessoas que me cercam de forma maldosa no campo da comunicação ou político não sabem quem eu sou, eles pensam uma coisa, porém eu sei de “altos verões passados” e do lado obscuro, então é o seguinte: falem mal ou bem, falem do nego bom da Bahia.

Ouça um trecho da entrevista com Alan Leite: 

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